Perspectiva Global Reportagens Humanas

Na ONU, brasileiras alertam para suicídio de jovens indígenas BR

Forum dos Indígenas terminou. Foto: ONU/Loey Felipe

Na ONU, brasileiras alertam para suicídio de jovens indígenas

Samia Barbieri e Tatiana Azambuja Ujacow falaram à Rádio ONU sobre questão de direitos humanos dos povos indígenas; elas participaram da 14ª sessão do Fórum Permanente sobre Assuntos Indígenas.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.

A 14ª sessão do Fórum Permanente sobre Assuntos Indígenas terminou nesta sexta-feira na sede das Nações Unidas. Neste ano, o encontro teve como foco os direitos econômicos, sociais e culturais dos povos nativos, como declarou, na cerimônia de abertura, o vice-secretário-geral da ONU.

Jan Eliasson afirmou que a Declaração da ONU sobre os Povos Indígenas garante o direito das comunidades nativas à educação, à saúde, à água potável e ao saneamento.

Suicídio

Entre os assuntos debatidos estão questões relacionadas à juventude, automutilação e suicídio.

Em entrevista à Rádio ONU, a presidente da Comissão Permanente de Assuntos Indígenas da Ordem dos Advogados do Brasil, OAB, no Mato Grosso do Sul, Samia Barbieri, falou sobre o tema.

“A discussão do fórum este ano é um tema muito pertinente e recorrente, ele trata do suicídio de jovens indígenas e também a questão de direitos humanos, a violação de direitos humanos. Isso a gente tem muita preocupação, porque isso decorre de um choque cultural que vem ocorrendo há muito tempo. E eu acho que o fato que mais preocupa, que foi o mote dessa nova sessão, é exatamente a preococidade com o vem acontecendo essas questões de saúde mental indígena, como o suicídio”.

Barbieri afirmou que a questão é “cada vez mais recorrente” no Brasil. Ela destacou a questão da “demarcação de terras, do “confinamento” e o que chamou de “choque cultural”.

Semelhanças

A professora da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Tatiana Azambuja Ujacow também falou à Rádio ONU. Ela mencionou os debates que ocorrem no fórum e as questões discutidas.

“Nós notamos a identidade dos problemas. Eu acho muito interessante porque na maioria das vezes, guardadas as proporções de cada país e suas peculiaridades, nós sabemos que os problemas vem sendo os mesmos. Discute-se suicídio, problema que nós temos no Brasil, problema grave, e tem também no mundo todo. A questão da devastação da natureza, da falta de demarcação de terras, na violação de direitos humanos, então, a gente percebe problemas recorrentes e muito semelhantes no mundo todo que interferem na vida das populações, dos povos indígenas”.

O encontro deste ano reuniu mais de mil representantes e líderes indígenas do mundo inteiro. Nas duas semanas de conferências, palestras e eventos, os participantes discutiram questões sobre os direitos humanos, econômicos, sociais e culturais desses grupos.