Extremismo é destaque em debate na ONU sobre tolerância e reconciliação
Secretário-geral afirmou é preciso abordar estas questões em sua origem; para Ban Ki-moon, mundo precisa se unir contra esta ameaça.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.
Começou nesta terça-feira na sede das Nações Unidas, em Nova York, um evento que reúne autoridades governamentais e líderes religiosos para debater a promoção da tolerância e da reconciliação.
Em discurso na Assembleia Geral, o secretário-geral da ONU afirmou que o encontro foi organizado por conta da “grande preocupação” com a propagação do extremismo e do radicalismo.
Origem
Ban Ki-moon declarou ser “preciso abordar todos estes assuntos em sua origem, olhar as raízes e ressaltar a prevenção”.
Ele disse ainda que “muitas comunidades foram destruídas, muitas crianças separadas de suas famílias e muitas pessoas colocadas umas contra as outras de forma cínica e desnecessária”.
Para o chefe da ONU, estas histórias estão se tornando comuns demais, e o mundo precisa se unir contra esta ameaça.
Teste Global
Ban disse ainda que o extremismo violento é um “teste global”. Ele mencionou o Boko Haram, o Al Shabaab e o Daesh, denominação em árabe do grupo Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil, como “a nova geração de grupos terroristas ameaçando a paz e a segurança internacionais”.
Segundo o secretário-geral, o problema vai além do Oriente Médio e da África.
Para o chefe da ONU, “racismo, fascismo, antissemitismo e islamofobia atiçam o ódio e custam vidas até em sociedades em grande parte pacíficas e democráticas”.
Justiça
Ban disse que “é preciso respeitar os direitos humanos e que se abusos forem cometidos em nome do combate ao terror, os extremistas vão apenas ganhar mais espaço e novos recrutas”.
Ele afirmou ainda que é preciso abordar violências passadas para garantir um futuro estável.
Falando aos participantes, Ban disse que as ideias apresentadas vão contribuir para o plano de ação sobre prevenção ao extremismo violento que ele vai apresentar à Assembleia Geral ainda este ano.
Plano da ONU
O documento vai enfatizar os valores de paz, justiça e dignidade humana como alternativas reais ao ódio e medo dos extremistas.
O plano vai também focar em prevenção através de instituições equitativas, governança inclusiva, respeito aos direitos humanos e ao Estado de Direito.
O secretário-geral falou ainda que é preciso empoderar mulheres e jovens e que o plano da ONU vai exigir comprometimento total dos Estados-membros, assim como de organizações comunitárias, regionais e internacionais, e líderes religiosos.
Ban também pediu aos cidadãos do mundo que rejeitem ideologias extremistas.
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