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Países adotam ação global sobre prevenção e tratamento da demência BR

Foto: OMS/Cathy Greenblat

Países adotam ação global sobre prevenção e tratamento da demência

Diretora-geral da OMS afirma que “mundo não tem plano para lidar com futuro maremoto de casos”; Margaret Chan destaca que custo global de tratamento poderá chegar a US$ 1,2 trilhão.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

Segundo a diretora da Organização Mundial da Saúde, OMS, o mundo precisa de um plano compreensivo para lidar com “o maremoto de casos de demência que estão por vir”.

Margaret Chan falou em Genebra esta terça-feira, na primeira conferência de Ministros de Saúde sobre demência. Atualmente, 47,5 milhões de pessoas são afetadas pela condição, sendo 60% nos países de rendas baixa e média.

Sintomas

Mas segundo Chan, o número de casos pode triplicar até 2050. Para ela, nenhuma condição tem um “efeito tão profundo na perda da independência, impõe um fardo tão grande nas famílias ou é tão temida por todos que buscam envelhecer com graça e dignidade”.

A OMS explica que a condição prejudica a memória, a fala, a percepção e os pensamentos, interferindo na habilidade da pessoa realizar atividades do dia a dia. A doença de Alzheimer e a demência vascular são os tipos mais comuns.

Custos

Na conferência, 80 países adotaram uma ação global para tratar e prevenir a demência, sendo que os novos casos podem custar ao mundo US$ 1,2 trilhão até 2050.

Margaret Chan ressaltou que o alto custo pode contribuir para a falência de sistemas de saúde até em países mais ricos. A diretora da OMS elogiou o Reino Unido por contribuir com US$ 100 milhões para uma iniciativa global pioneira, o Fundo da Descoberta da Demência.

Medidas

O documento acordado pelos países foi batizado de “Pedido de Ação” para pessoas vivendo com demência, suas famílias e comunidades. Uma das propostas é aumentar a conscientização sobre fatores de risco e também diminuir o estigma e a discriminação.

Outras propostas são aumentar a capacidade para diagnósticos precisos e facilitar o acesso a inovações sociais e tecnológicas que podem contribuir para as necessidades dos pacientes.

Os países destacam ainda a importância de garantir aos pacientes cuidados de qualidade, treinar profissionais e investir em pesquisas.