Conferência sobre risco de desastres é chave para agenda de desenvolvimento
Representante do secretário-geral afirmou que objetivo é preparar uma estrutura comum para a redução dos riscos de desastres para o pós-2015; Margareta Wahlström disse que evento vai reunir milhares de pessoas em quase 800 reuniões.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
Começa neste sábado em Sendai, no Japão, a Terceira Conferência Mundial sobre Redução do Risco de Desastres, que vai reunir milhares de líderes e de representantes de governos e da sociedade civil.
A representante do secretário-geral para o assunto, Margareta Wahlström, afirmou que o objetivo do encontro é atualizar o acordo firmado há 10 anos em Hyogo, também no Japão, que visa melhor preparação para diminuir os impactos causados por desastres.
Dificuldades
Em entrevista à Rádio ONU, Wahlström falou sobre as maiores dificuldades para se chegar a um consenso.
Ela disse que “não há dúvida agora que há um alto grau de concordância sobre questões e prioridades em relação ao que deve ser o foco do documento para redução do risco de desastres”.
Na opinião da representante do secretário-geral, o que os Estados-membros devem fazer nesse momento é encontrar uma fórmula comum para a cooperação internacional na questão do financiamento e como criar um compromisso global de ajuda.
Além disso, Wahlström disse que os países devem avaliar as metas de desenvolvimento sustentável e como lidar com a adaptação climática.
Acordo Comum
Ela afirmou “que o objetivo final é encerrar a Conferência com um acordo comum para redução do risco de desastre para a era pós-2015.
Segundo Wahlströom, um acordo que esteja solidamente alinhado e coerente às agendas de desenvolvimento e climática.
A cidade de Sendai fica na região de Tohoku, que sofreu os maiores danos por causa do terremoto e da tsunami que levaram à explosão da usina nuclear Fukushima Daichi, em 2011.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, citou relatório preparado pelas Nações Unidas mostrando que investimentos de US$ 6 bilhões, o equivalente a R$ 18,7 bilhões, no setor de redução de risco de desastres resultam numa economia de US$ 360 bilhões.
Ban disse que há 10 anos, quando a última conferência foi realizada, o setor privado teve muito pouca representação. Mas agora, o chefe da ONU afirma que “empresas e empresários vão participar em peso para explorar uma variedade de oportunidades”.
Leia Mais:
Ban chega ao Japão para conferência sobre redução de desastres
Desastres custam ao mundo até US$ 300 bilhões ao ano em perdas
ONU elogia nova plataforma online sobre riscos de terremotos