Pnud: "resposta ao ebola está funcionando"
Conferência em Bruxelas reúne representantes das Nações Unidas e líderes mundiais para planos de longo-prazo; número de mortos desde o início do surto passa de 9,6 mil nos três países mais afetados.
Eleutério Guevane e Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.
Falando na abertura da Conferência de Alto Nível sobre o ebola, nesta terça-feira em Bruxelas, a chefe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, afirmou que a resposta à doença “está funcionando”.
Helen Clark participa do encontro que reúne líderes mundiais, incluindo os presidentes da Guiné, da Libéria e da Serra Leoa, os países mais afetados pelo surto.
Longo Prazo
O objetivo é abordar planos para combater o ebola a longo prazo. A chefe do Pnud disse que apesar dos avanços, a epidemia ainda não acabou e que "não pode haver complacência até que não haja nenhum caso".
Para ela, a comunidade internacional deve "manter o rumo" para chegar e sustentar a marca de zero casos, além de apoiar os afetados pela doença.
Segundo agências de notícias, o Fundo Monetário Internacional, FMI, anunciou no encontro ajuda imediata de US$ 80 milhões, o equivalente a cerca de R$ 228 milhões, para a Serra Leoa.
O dinheiro será usado em operações para acabar com o surto e ajudar na recuperação do país. O anúncio agora faz parte do pacote total de ajuda financeira de US$ 187 milhões de auxílio à economia.
Números
Segundo dados da ONU, desde o início do surto 9.666 pessoas morreram e 23.825 foram infectadas nos três países mais afetados.
Em seu discurso, Helen Clark disse que a "maré está mudando" ao citar a queda nas taxas de infecção do ebola na Libéria, que seguem a tendência registrada desde o ano passado na Guiné e na Serra Leoa. Ela citou ainda a abertura de escolas guineenses e liberianas e a preparação dos serra-leoninos para tomar a mesma medida.
A representante disse que cabe à comunidade internacional apoiar os três países para encurtar o máximo possível os impactos negativos ao seu desenvolvimento.
Recomendação
Outra recomendação é que os esforços de recuperação abordem o que chamou de motores da fragilidade que produziram a crise. Entre eles, Clark mencionou a criação de instituições e sistemas resilientes, a melhoria dos serviços e prioridade ao desenvolvimento humano e ao empoderamento das pessoas.
Ela mencionou ainda a restauração de serviços básicos de saúde, incluindo atenção à gravidez, parto, vacinação, pessoas que vivem com HIV, e apoio às escolas para que tenham um ambiente seguro para o retorno dos estudantes.
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