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Relatório da ONU pede atenção a águas residuais na agenda pós-2015 BR

Foto: ONU/Evan Schneider

Relatório da ONU pede atenção a águas residuais na agenda pós-2015

Segundo documento, 80% das águas utilizadas são despejadas sem tratamento; países de baixa renda seriam os mais afetados.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.

De acordo com um relatório da ONU, apenas 20% das águas residuais em todo o mundo são tratadas no momento, entre elas, as de esgoto. Países de baixa renda são os mais atingidos por água contaminada e doenças.

O documento encoraja governos que vejam águas usadas como um recurso valioso e uma prioridade para a agenda de desenvolvimento pós-2015.

Danos

O relatório foi produzido pela Organização Mundial da Saúde, OMS, pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, e pela ONU-Habitat, em nome da ONU-Água.

O documento descreve como “muito grave” os danos causados aos ecossistemas e à biodiversidade. Se a questão não for abordada imediatamente, a ONU alerta para a ameaça cada vez maior das águas residuais à saúde humana, à atividade econômica e à segurança da própria água.

Negligência

A publicação debate que a gestão das águas residuais tem sido negligenciada, na pressa para comercializar a produção de água potável.

O presidente da ONU-Água, Michel Jarraud, afirmou que a questão das “águas residuais tem aparecido muito nas discussões da agenda pós-2015”.

Segundo ele, “os países reconhecem que o desenvolvimento econômico e sustentável deve incluir recursos hídricos, águas residuais e qualidade da água”. Jarraud espera que o relatório contribua para as discussões atuais.

O diretor-geral do Pnuma afirmou que cerca de “70% dos despejos industriais em países em desenvolvimento não são tratados”. Para Achim Steiner, “é hora de transformar esse desafio ambiental e para a saúde humana em oportunidade”.

África

De acordo com o Pnuma, a África é “fortemente impactada” pelo problema das águais residuais não-tratadas.

Segundo um relatório de 2014, mais de 547 milhões africanos não têm acesso a saneamento básico.