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Sem saber que esperava gêmeos, mulher no Zimbabué dá à luz quádruplos

Enfermeiras com três dos quatro bebés de Elizabeth Moyana. Foto: Unfpa Zimbabwe/Stewart Muchapera

Sem saber que esperava gêmeos, mulher no Zimbabué dá à luz quádruplos

Parto ocorreu em aldeia perto da fronteira com Moçambique; primeiro bebé nasceu numa clínica, mas “segundo parto” foi realizado em hospital apoiado pelo Fundo de População das Nações Unidas, Unfpa.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Uma mulher de 24 anos teve uma surpresa quando entrou em trabalho de parto em, Mabeya, uma aldeia do Zimbabué, perto da fronteira com Moçambique.

Elizabeth Moyana esperava dar à luz um bebé. Mas após complicações e uma cirurgia de emergência, ela descobriu que estava grávida de quádruplos. E foi submetida a um “segundo parto” para trazer ao mundo os outros três filhos.

Milagre

De acordo com o Fundo de População da ONU, Unfpa, após o nascimento do primeiro bebé, Elizabeth foi enviada a um segundo hospital porque começou a passar mal com hemorragias e crises. A enfermeira da maternidade contou que os gêmeos restantes ou os três últimos bebés são “verdadeiros milagres”, uma vez que após o primeiro parto, a mãe havia “perdido muito sangue” ao sofrer  uma “hemorragia” além de outras “complicações”.

As quatro crianças, três meninos e uma menina, passam bem.

Segundo o Unfpa, há cinco anos, este “final feliz” não teria sido possível. O órgão afirma que após anos de “subfinanciamento crónico”, o sistema de saúde do Zimbabué estava decadente. Muitos profissionais da área haviam saído do país e a maioria dos hospitais tinha equipamento velho.

Mortalidade Materna

De acordo com o Unfpa, durante este período, a mortalidade materna subiu muito. Uma pesquisa de 2010-2011 revela que a taxa de mortalidade materna aumentou em mais de 25% em apenas 11 anos passando a 960 óbitos por 100 mil nascimentos.

Alarmados com as crescentes taxas de mortalidade, especialistas em saúde buscaram melhorar os cuidados de obstetrícia e neonatal do Zimbabué. Houve apoio de doadores internacionais, incluindo agências da ONU, entre elas o Unfpa.

Segundo o órgão, isso também ajudou o caso de Elizabeth Moyana e dos quatro bebés que nem ela mesma sabia que estava esperando.

*Apresentação: Denise Costa.