OMS lança medidas para maior acesso ao planeamento familiar pós-parto
Em 27 países pobres quase sete em cada dez mulheres não têm contracetivos, apesar de não desejar engravidar; OMS apresenta pacote na Conferência Internacional que aborda as medidas, em Adis Abeba.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
A Organização Mundial da Saúde, OMS, lançou uma iniciativa para melhorar o acesso das mulheres ao planeamento familiar, após terem dado à luz e durante o primeiro ano de maternidade.
De acordo com a agência, a ferramenta denominada “Acesso Completo ao Planeamento Familiar Pós-Parto” fornece intervenções de cuidados de saúde a todos os níveis.
Riscos
Apresentado esta quarta-feira, em Adis Abeba, o recurso pretende ampliar o acesso às medidas para novas mães através de métodos cientificamente provados.
A agência lembra que há riscos para a saúde da mãe e dos bebés devido ao curto espaço de tempo entre as vezes em que estas engravidam, ou quando tal ocorre em momento indesejado.
Contraceção
Um estudo sobre Dados Demográficos e de Saúde em 27 países em desenvolvimento demonstra que 95 % das mulheres querem evitar engravidar por pelo menos dois anos após o parto. Entretanto, quase sete em cada dez não usam contraceção.
A Etiópia é destacada em análise similar por ter oito em cada 10 mulheres sem usar qualquer contracetivo após darem à luz.
Políticos
De acordo com a OMS, um espaçamento de pelo menos dois anos entre duas gestações pode evitar 10% das mortes infantis, e cerca de um em cada cinco casos fatais em crianças de um aos quatro anos.
A agência refere que o alvo do novo recurso são gestores de programas de saúde e decisores políticos.
Como áreas críticas de trabalho para garantir uma boa aplicação da estratégia está o seguimento mais próximo do uso de contracetivos no pós-parto para garantir um fornecimento e distribuição constantes.
Padrões
Também foi sugerido material informativo de alta qualidade e de fácil compreensão sobre as opções de planeamento, além da aplicação de padrões globais de cuidados na formação dos profissionais de saúde.
O lançamento foi feito na capital etíope no âmbito da Conferência Internacional sobre Planeamento Familiar que decorre até esta sexta-feira.
*Apresentação: Denise Costa.