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Aprovados US$ 50 milhões para resistência a perigos climáticos em Moçambique

Bandeira de Moçambique

Aprovados US$ 50 milhões para resistência a perigos climáticos em Moçambique

Sem alteração de políticas, Banco Mundial prevê danos económicos até US$ 7,4 mil milhões entre 2003 e 2050; cheias fizeram pelo menos 44 mortes diretas no ano passado.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Banco Mundial aprovou um financiamento de US$ 50 milhões para apoiar reformas relacionadas com as alterações climáticas em Moçambique.

Em comunicado, o órgão afirma que a atribuição do montante deve melhorar a resistência do país aos efeitos das alterações climáticas, através da implementação de reformas em vários setores económicos.

Eventos Extremos

Anualmente, eventos climáticos extremos como ciclones e inundações são tidos como os responsáveis por efeitos devastadores em áreas como agricultura, produção de eletricidade, mineração, transportes e comunicações.

O país é o terceiro mais exposto a perigos relacionados com o clima em África. A nível do continente, é considerado o único em alto risco dos principais riscos climáticos que incluem secas, inundações e ciclones costeiros.

Entre 1980 e 2003, as perdas económicas de Moçambique rondaram 1,1% do Produto Interno Bruto anual, o equivalente a US$ 1,75 mil milhão.

Danos

O diretor do Banco Mundial para Moçambique, Madagáscar, Maurícias, Seychelles e Comores disse que sem mudanças nas políticas as alterações climáticas poderiam causar danos económicos entre US$ 2,3 mil milhões e US$ 7,4 mil milhões entre 2003 e 2050.

Mark Lundell acrescentou que as ações políticas apoiadas pelo montante devem diminuir a vulnerabilidade do país aos riscos climáticos, e que estas vão de encontro com a Estratégia de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas do Governo.

Mortes

As inundações de 2013 fizeram pelo menos 44 mortes diretas em Moçambique. Na província de Gaza, a sul, 170 mil pessoas foram evacuadas além do registo da alta prevalência de doenças transmitidas pela água e da malária nas populações afetadas.

As outras áreas gravemente prejudicadas foram transportes, irrigação, abastecimento de água, drenagem urbana, saneamento e bens do setor privado.