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Responsável da ONU alerta para escalar da violência no Sudão do Sul

Refugiados sul-sudaneses. Foto: Irin/Binyam Tamene

Responsável da ONU alerta para escalar da violência no Sudão do Sul

Vice-chefe humanitária alerta para agravamento nas próximas semanas e meses; Na sede União Africana, em Adis Abeba, Kyung-wha Kang alertou sobre o potencial de confrontos depois de visitar regiões afetadas.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

Cerca de um ano após o início do conflito no Sudão do Sul, a vice-chefe humanitária das Nações Unidas disse haver receios de um escalar da violência "nas próximas semanas e meses".

Falando a jornalistas na sede da ONU, em Nova Iorque, Kyung-wha Kang mencionou episódios ocorridos recentemente nos estados de Unidade e do Alto Nilo. Em Jonglei, a responsável ouviu relatos dando conta da mobilização de militares durante a visita ao país em finais de novembro.

União Africana

Kang disse que mais de 4 mil pessoas foram desalojadas nos últimos dias numa área de Jonglei. Após a sua presença no país, a representante falou no Conselho de Paz e Segurança da União Africana na capital etíope, em Adis Abeba.

Conforme contou, o pedido feito ao órgão é que condene a violência e os abusos dos direitos humanos, e que seja permitido o acesso de funcionários humanitários aos necessitados.

Ela apelou para o redobrar de esforços das partes envolvidas no conflito, incluindo os líderes políticos com influência sobre elas, para a busca de uma solução política e o respeito dos compromissos de cessar-fogo.

Grupos Armados

Entre as atos recentemente cometidos no conflito, Kang mencionou assassinatos, estupros, uso de crianças em fileiras dos grupos armados e destruição dos meios de sobrevivência.

Nos últimos 12 meses, mais de 1,9 milhão de sul-sudaneses fugiram das suas casas. O número de pessoas albergadas nas instalações da ONU ultrapassou 100 mil.

Kang disse que antes da crise a situação já era difícil, ao assinalar um agravamento do cenário com a morte de 13 trabalhadores nas hostilidades. O problema é aliado aos desafios de acesso aos necessitados.

Os sul-sudaneses em situação de insegurança alimentar devem chegar a 2,5 milhões no início de 2015. Com base nos planos para o próximo ano, as agências humanitárias precisam urgentemente de US $ 600 milhões, até fevereiro, para iniciar as operações durante o próximo ano.

Na Etiópia, Kang visitou acampamentos de refugiados na região de Gambella, no oeste. Os sul-sudaneses compõem cerca de 194 mil dos mais de 600 mil refugiados no país que acolhe a maior população refugiada de África.

*Apresentação: Leda Letra.