Refugiados em bases da ONU no Sudão do Sul aumentam para 63 mil
Ocha diz que violência no país já deixou mais de 121 mil desalojados; agência acredita que números sejam maiores.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York.*
O Escritório das Nações Unidas para a Assistência Humanitária, Ocha, afirmou que o número de refugiados nas bases da ONU no Sudão do Sul aumentou para 63 mil.
A agência disse ainda que a crise no país já causou o deslocamento forçado de 121,6 mil pessoas. Na nova atualização, o Ocha considera provável que o número seja superior e cita a falta de informação sobre os deslocamentos nos principais centros populacionais.
Segurança
Segundo a Missão das Nações Unidas no país, Unmiss, a situação da segurança é tensa nos Estados Unity e Upper Nile. As forças do governo conseguiram manter as posições na cidade de Bor e também perto do aeroporto local.
O Departamento de Operações de Paz da ONU está trabalhando com outras missões de paz na região para trasferir rapidamente tropas e equipamentos para o Sudão do Sul.
Bloco
A notícia coincide com a realização de uma reunião sobre o conflito sul-sudanês, que junta líderes regionais do bloco de oito países da África Ocidental, Igad, em Nairobi, capital do Quênia.
De acordo com agências de notícias, o encontro está sendo realizado depois da visita dos líderes do Quênia e da Etiópia ao presidente sul-sudanês, Salva Kiir, em Juba, capital do Sudão do Sul, nesta quinta-feira.
Calcula-se que mais de mil pessoas tenham morrido no país devido aos confrontos étnicos entre as comunidades Dinka de Salva Kiir e Nuer do ex-vice-presidente, Riek Machar, iniciados há duas semanas.
Clínicas
Segundo os funcionários encarregados da assistência humanitária, as principais prioridades são, alimentação, saúde, abrigo, água, saneamento e higiene.
A vacinação contra o sarampo e a poliomielite vai começar antes do Ano Novo. Segundo o Ocha, as clínicas móveis nas instalações da ONU realizam cerca de 350 consultas diárias.
Para os próximos três meses meses, são necessários US$ 166 milhões, quase R$ 400 milhões, para cobrir as operações humanitárias no país.
*Apresentação: Edgard Júnior