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ONU: São Paulo é modelo de resiliência urbana contra desastres naturais BR

São Paulo. Foto: ONU Brasil/Felipe Siston

ONU: São Paulo é modelo de resiliência urbana contra desastres naturais

Escritório para Redução do Risco de Desastres afirmou que Brasil reconhece que esse trabalho é vital para proteger população civil; Estado deve servir de exemplo para outros governos no mundo inteiro.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.*

A ONU afirmou esta quarta-feira que São Paulo é um modelo no trabalho de resiliência urbana contra desastres naturais.

O escritório para a Redução do Risco de Desastre, Unisdr, reconheceu o estado brasileiro pela sua capacidade de mobilizar 211 cidades e municípios no manejo dos riscos de desastres.

Salvar Vidas

Na abertura do fórum que reuniu em São Paulo lideranças empresariais interessadas em construir negócios e cidades mais resilentes, a chefe da agência, Margareta Wahlström, disse que “o Brasil reconhece claramente que criar uma resiliência urbana para desastres é vital para salvar vidas”.

Wahlström afirmou que o trabalho é essencial para evitar a interrupção dos serviços básicos para a população, como por exemplo, hospitais, escolas, transportes e segurança alimentar, assim como, os serviços de água, energia e  comunicação.

Segundo ela, “o propósito dessa reunião é engajar o setor privado para promover a resiliência dos seus negócios, usando os instrumentos que existem para mitigar e prevenir desastres antes que eles se transformem em algo muito caro para as empresas”.

Brasil

Mesmo em um país como o Brasil, que não é propenso a fenômenos da natureza, como erupções, furações ou terremotos, essa lógica deve ser aplicada.

Para ilustrar a dimensão dessa perda, o Banco Mundial indicou que os grandes desastres ocorridos entre 2008 e 2011 nos estados de Pernambuco, Santa Catarina, Alagoas e Rio de Janeiro geraram perdas de 15 bilhões reais.

O secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Adriano Pereira Junior falou à Rádio ONU sobre as operações no país.

“Essa participação da defesa civil na agenda brasileira está proporcionando uma caminhada e cada vez mais se ressalta a necessidade de termos, de fato, um sistema nacional de proteção de defesa civil ativo. Hoje nós temos, praticamente, 25% dos municípios do país, cerca de 1,5 mil, que de alguma maneira, ao longo desse ano, decretaram algum tipo de emergência ou ainda estão sofrendo, que é o caso da seca”.

Pereira Júnior disse ainda que a seca é um tipo de desastre que se prolonga ao longo de um tempo. Segundo ele, isso ressalta a importância que a defesa civil deve ter e a importância do engajamento da sociedade em todos os seus setores.

O escritório da ONU citou trabalho feito pelo Programa para a Prevenção de Desastres Naturais e Mitigação de Perigos Geográficos.

Política Social

Através desse sistema foi possível coordenar e organizar os esforços de recuperação ambiental de florestas e áreas litorâneas e também da região metropolitana de São Paulo.

A ONU informou que os institutos paulistas de Geologia e de Pesquisa Tecnológica conseguiram mapear todas as áreas de risco do Estado e a Defesa Civil lançou programas de educação para orientar a população.

Outros pontos mencionados pelas Nações Unidas foram a criação de um orçamento para lidar com as áreas problemáticas e a implementação de uma política social de habitação para cuidar da transferência das famílias que vivem em regiões consideradas de risco.

*Com reportagem de Mariana Nissen, do Unic-Rio