FMI realça aparente boa forma de Portugal após assistência financeira
Crescimento do Produto Interno Bruto deve chegar a 0,8% em 2014; taxa de desemprego deve cair nos dois próximos anos; órgão chama atenção para várias medidas do processo de reformas.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
O Fundo Monetário Internacional, FMI, publicou esta quarta-feira o relatório da primeira avaliação feita a Portugal desde que o país saiu do seu programa de resgate, em junho.
O órgão aponta que a recuperação económica observada recentemente tem sido “altamente favorável” para o mercado de trabalho português. A previsão é que este ano, a taxa de desemprego chegue a 14,2%. A reduções devem atingir 13,5% no próximo ano e 13% em 2016.
Crescimento Insuficiente
O relatório aponta para um crescimento de 0,8% do Produto Interno Bruto, PIB em 2014. A tendência de aumento deverá manter-se nos dois anos subsequentes e registar 1,2% e 1,3%.
A médio prazo, a perspetiva de crescimento é considerada insuficiente para abordar de forma decisiva a diminuição do mercado de trabalho.
Mais Energia
Para revigorar o crescimento, o FMI recomenda “mais energia e propósito” para que Portugal resolva alguns “nós de estrangulamento”.
O recente aumento do salário mínimo é considerado prematuro devido ao abrandamento considerável no mercado de trabalho e à ausência de instrumentos de políticas mais eficazes para apoiar trabalhadores de baixa renda.
Por outro lado, o órgão adverte que o processo de reformas continua a ser excessivamente focado em cumprir medidas legais.
No geral, o FMI destaca a aparente boa forma de Portugal. Além do retorno do crescimento económico e da queda do desemprego, cita o registo de excedentes, a redução dos custos de empréstimos e o fim do programa de resgate há três meses.