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ONU inicia conferência para discutir desafios de países sem acesso ao mar

Chade. Foto: Irin

ONU inicia conferência para discutir desafios de países sem acesso ao mar

Nações pagam cerca do dobro em relação às economias desenvolvidas das receitas de exportação em serviços de transporte e seguros; Chade, Níger, Zâmbia e Zimbabué estão entre os mais destacados com uma separação do litoral de mais de 2 mil km.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Arranca esta segunda-feira na capital austríaca, Viena, a segunda conferência das Nações Unidas sobre os países sem acesso ao mar.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, participa no encontro que em três dias deve avaliar a implementação do Programa de Ação de Almaty. O documento elaborado na cidade do Cazaquistão, em 2003, visa minimizar a marginalização dos países e reforçar a sua integração na economia mundial.

Africanos

O país da Ásia central dista a 3750 km do mar e é seguido pelo Afeganistão na lista das nações em desenvolvimento mais separadas do litoral. Com um afastamento de cerca de 2 mil km estão os africanos Chade, Níger, Zâmbia e Zimbabué.

A reunião deve reafirmar o compromisso global para lidar com as necessidades especiais desses países, particularmente as ligadas ao desenvolvimento de infraestrutura, trânsito, facilitação do comércio além da estrutura política para reduzir os custos proibitivos de transporte.

Receitas

Os países em desenvolvimento sem litoral dedicam em média quase o dobro das suas receitas de exportação para pagar serviços de transporte e seguros em relação aos países em desenvolvimento. De acordo com estimativas da ONU e do Fundo Monetário Internacional, o valor é três vezes maior que o das economias desenvolvidas.

O tempo de trânsito de mercadorias dos países em desenvolvimento sem litoral é considerado “extremamente longo” devido a fatores como distância, dificuldades do terreno, condições rodoviárias e ferroviárias, além da falta de eficiência do transporte.

O encontro também deve discutir como avaliar a realização de um plano para o funcionamento eficaz dos mecanismos a nível nacional, sub-regional, regional e global.