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Unicef participa de conferência de sobreviventes do ebola em Serra Leoa BR

Crianças medem a temperatura em centro de tratamento de ebola em Serra Leoa. Foto: Unicef

Unicef participa de conferência de sobreviventes do ebola em Serra Leoa

Evento é organizado em conjunto com o Ministério da Saúde do país; pesquisa do Fundo revela que sobreviventes enfrentam alto nível de estigma; Aiea vai fornecer equipamento para diagnóstico especializado.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, participa nesta semana de uma conferência com 35 sobreviventes do ebola em Serra Leoa. O evento é organizado pelo Ministério da Saúde do país com apoio da agência da ONU.

Segundo o porta-voz do Fundo, Christophe Boulierac, o encontro, que acontecerá nos dias 16 e 17 de outubro, é um projeto-piloto e um “movimento inovador”.

Objetivos

O porta-voz afirmou que um dos objetivos da conferência é “fornecer aos 35 sobreviventes que participarão do encontro, o apoio psicossocial que eles precisam”. Boulierac declarou que eles estão “enfrentando alto estigma, passaram por um grande trauma e precisam de assistência”.

De acordo com o representante, outra finalidade do encontro será “criar um grupo de especialistas, pessoas que são imunes e que poderiam ajudar o Unicef a trabalhar com crianças, especialmente as que estão em quarentena”.

Christophe Boulierac declarou que a intenção é “nos próximos seis meses criar um grupo de 2 mil sobreviventes ou mais que possam ajudar no combate à doença”.

Estigma

Uma pesquisa recente do Unicef feita com 1,3 mil famílias em Serra Leoa mostra que os sobreviventes de ebola estão sofrendo alto nível de estigma. Segundo o porta-voz do Fundo, 76% das pessoas disseram que não acolheriam um sobrevivente da doença de volta à comunidade.

O diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, anunciou nesta terça-feira que o órgão vai fornecer equipamento de diagnóstico especializado para ajudar Serra Leoa no combate contra o surto de ebola. O apoio deve, depois, ser estendido para a Libéria e a Guiné.