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Presidente do Quénia deve comparecer à audiência do TPI esta quarta

Uhuru Kenyatta. Foto: ONU/Rick Bajornas

Presidente do Quénia deve comparecer à audiência do TPI esta quarta

Assessoria do chefe de Estado confirmou que ele viajaria à cidade de Haia para participar do processo; Uhuru Kenyatta é acusado de crimes contra a humanidade que resultaram da violência política entre 2007 e 2008 no país, mas nega as acusações.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Tribunal Penal Internacional, TPI, planeja realizar esta quarta-feira uma audiência no caso Uhuru Kenyatta, presidente do Quénia.

Segundo agências noticiosas, antes de viajar, Kenyatta passou o cargo ao seu vice-presidente, William Ruto, que foi nomeado chefe de Estado interino do Quénia.

Testemunhas-chave

Ainda de acordo com agências, a audiência desta quarta deve decidir a data de um provável julgamento do dirigente queniano.

Uhuru Kenyatta é acusado de cometer crimes contra a humanidade durante a violência política eleitoral, registada no Quénia entre 2007 e 2008. Mas ele nega todas as acusações.

Em setembro, o TPI decidu adiar o processo após promotores afirmarem que o Governo do Quénia havia falhado em entregar documentos importantes. Há relatos também de que testemunhas-chave do processo tinham retirado seus nomes da lista de depoimentos.

Kenyatta é acusado de organizar massacres étnicos que mataram até 1,2 mil pessoas após as eleições, mas ele nega veementemente as acusações.

Cidadão Comum

Ao transferir a Presidência para o vice, William Ruto, que também é acusado pelo TPI, Kenyatta afirmou que viajaria a Haia, onde fica o Tribunal, como um cidadão comum.

Entre as acusações de crime contra a humanidade que pesam contra o presidente estão assassinato, violações, perseguição, transferência forçada e deportação de pessoas, além de outros atos desumanos.

O TPI informou que 725 vítimas estão a participar nas audiências no caso Uhuru Kenyatta. Ainda esta quinta-feira, o TPI deve decidir sobre o apelo dos advogados de mais dois acusados: o vice-presidente queniano, William Ruto, e o radialista Joshua Arap Sang, que se opuseram a um julgamento em Haia a respeito do mesmo tema da violência pós-eleitoral do país.

De acordo com o Tribunal internacional, os dois não estariam mais dispostos a colaborar com a Côrte no processo.