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Após visitar Gaza, enviado diz que nível de destruição é chocante BR

Robert Serry no Conselho de Segurança. Foto: ONU/Devra Berkowitz

Após visitar Gaza, enviado diz que nível de destruição é chocante

Coordenador especial da ONU para o Oriente Médio afirmou, no Conselho de Segurança, que cessar-fogo continua frágil; Robert Serry pede ação urgente que leve à reconstrução e à recuperação da região.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

O Conselho de Segurança ouviu nesta terça-feira o coordenador especial da ONU para o Oriente Médio. Robert Serry visitou Gaza na semana passada e afirmou que o nível de destruição de infraestrutura, escolas e hospitais “é chocante”.

Segundo Serry, diversos bairros estão em ruínas e pelo menos 18 mil casas foram destruídas ou totalmente danificadas. Cerca de 100 mil pessoas ficaram desabrigadas e 2,1 mil palestinos morreram no conflito. Entre as vítimas estão 500 crianças e 11 funcionários da ONU.

Cessar-Fogo

O enviado destacou que do lado israelense, 66 soldados e seis civis perderam a vida.

Serry alertou para a “preocupante fragilidade” do cessar-fogo em vigor desde 26 de agosto, num acordo mediado pelo Egito.

No Conselho de Segurança, Serry pediu a israelenses e palestinos ação imediata para “solidificar a calma, tratar com urgência da questão humanitária” e garantir a “reconstrução e recuperação” de Gaza.

Ele anunciou um acordo trilateral entre Israel, Autoridade Palestina e Nações Unidas para permitir o trabalho necessário na Faixa de Gaza, envolvendo ainda o setor privado.

Riscos

A Autoridade Palestina fica com a liderança dos esforços de reconstrução. Serry disse ainda que a ONU continua pronta para fornecer mais assistência técnica ao Governo de Consenso Nacional em Gaza.

Ele elogiou também a decisão de Israel de fornecer autorização de trabalho para 5 mil palestinos da Cisjordânia. O coordenador destacou que “uma forte mensagem” pode ser enviada com outras ações israelenses, sugerindo construções palestinas na Área C e o fim dos assentamentos.

Robert Serry pediu ao Conselho de Segurança a “não subestimar os perigos” da região e afirmou que existe o risco de Gaza “implodir ou explodir novamente”.