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Casos de pólio na Síria e no Iraque podem aumentar, afirma OMS BR

Foto: ONU

Casos de pólio na Síria e no Iraque podem aumentar, afirma OMS

Agência fala em “desastre humanitário”, com 36 crianças sírias paralisadas pelo vírus; primeira fase da campanha de vacinação é encerrada, mas 765 mil crianças vivem em áreas de difícil acesso.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, acaba de completar a primeira fase da maior campanha de vacinação contra a poliomielite já feita no Oriente Médio.

Mas segundo a agência, o número de infectados pode aumentar, caso a medida preventiva não chegue a crianças vivendo em áreas de difícil acesso.

Desafio

O gerente da OMS para Erradicação da Pólio, Chris Maher, lamentou que o vírus tenha retornado à Síria, piorando o que já era um “desastre humanitário”.

O surto recente de pólio já paralisou 36 crianças sírias. E segundo a agência, outras 765 mil que precisam ser vacinadas estão vivendo em regiões de acesso remoto, criando um enorme desafio aos trabalhadores de saúde.

Nenhum caso havia sido registrado na Síria desde 1999, mas o recente conflito causou danos à infraestrutura de saúde e assim, a pólio voltou ao país.

Novas Campanhas

Segundo a OMS e o Unicef, a vacinação contra o vírus chegava a alcançar 99% das crianças, mas desde o início da guerra civil, há três anos, o índice caiu para 52%.

A primeira fase da campanha de vacinação em massa foi realizada em sete países, com 25 milhões de crianças vacinadas. Mas as agências esperam alcançar mais menores nos próximos meses, com duas campanhas programadas para outubro e novembro.

A OMS e o Unicef pedem acesso imediato e sem restrições a essas localidades na Síria e passagem segura para veículos com trabalhadores de saúde.

África

Além da Síria, o Iraque também declarou um surto de pólio, após o vírus ser confirmado em duas crianças.

Na Somália, foram quatro casos registrados este ano, os primeiros após seis anos. Cerca de meio milhão de menores em regiões de difícil acesso do país africano não foram vacinadas.

Apesar de não haver cura para o vírus, a OMS diz que a vacina, apenas duas gotinhas na boca, é segura e eficaz para prevenir a paralisia. As crianças precisam receber a dose várias vezes para garantir proteção por toda a vida.