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Nações Unidas querem fim do estigma contra vítimas de violência sexual BR

Angelina Jolie. Foto: ONU/Rick Bajornas

Nações Unidas querem fim do estigma contra vítimas de violência sexual

Em Londres, representante especial do secretário-geral diz que mulheres não podem mais ser “vítimas de segunda classe”; na mesma linha, Angelina Jolie diz que preconceito alimenta ignorância e permite que estupradores fiquem soltos.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

A representante especial do secretário-geral da ONU sobre Violência Sexual em Conflito fez um discurso esta quarta-feira numa conferência global sobre o tema que ocorre em Londres.

Zainab Bangura lembrou de “incontáveis mulheres, meninas, homens e meninos” que não podem mais ser considerados “vítimas de segunda classe, de crimes de segunda classe”.

Silêncio

Segundo Bangura, “estupro, escravidão sexual e casamentos forçados” são exemplos do que é ser mulher em regiões onde há guerras ou conflitos.

A representante de Ban Ki-moon destacou que a conferência deve enviar fé para as vítimas de que o “estupro não é um estigma que deve nascer em silêncio”.

Vergonha

O tema também mereceu a atenção da enviada especial da ONU para Refugiados. A atriz Angelina Jolie participou da abertura do evento em Londres na terça-feira.

Segundo Jolie, “o estigma fere sobreviventes, causa vergonha e alimenta a ignorância, como a noção de que o estupro está relacionado a impulsos sexuais normais”.

Arma de Guerra

A atriz foi aplaudida ao afirmar que o estigma permite que estupradores fiquem livres e com que se sintam acima da lei. Angelina Jolie destacou que o estupro “é uma arma de guerra contra civis, utilizada para torturar pessoas e humilhar inocentes”, incluindo crianças.

A Conferência Global pelo Fim da Violência Sexual em Conflito segue até sexta-feira e é co-presidida por Angelina Jolie e pelo secretário britânico das Relações Exteriores, William Hague.

Participam do encontro representantes de governos de 113 países, além de 100 Organizações Não-Governamentais.