Mais de 5 mil migrantes chegaram à Sicília no fim de semana

OIM estima em mais de 50 mil o número migrantes e candidatos de asilo que saíram do norte de África este ano; agência considera morte dos migrantes desnecessária e uma “afronta a todos os países civilizados”.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

No último fim de semana, 5470 migrantes e solicitantes de asilo chegaram à ilha italiana da Sicília de navio, disse a Organização Internacional para Migrações, OIM.

A agência pediu uma ação global e cooperação intensa para enfrentar a chegada de milhares de migrantes à Itália.

Norte de África

Desde o início do ano, o número de migrantes que deixaram o norte da África para a Itália ultrapassou 50 mil.

O diretor-geral da agência, William Lacy Swing, informou que 200 migrantes foram resgatados do mar em águas internacionais perto de Malta por um cargueiro norte-americano.

Desaparecidos

Outras 170 pessoas foram salvas por um navio mercante maltês. Durante a operação, dois migrantes teriam morrido e três estão desaparecidos.

Em outubro passado, o governo italiano realizou a Operação Mare Nostrum que salvou milhares de vidas, mas as mortes em alto mar continuam a ocorrer. Em abril, 17 corpos foram resgatados das águas após um naufrágio a 13 de maio.

Somália e Eritreia

Swing disse que a tragédia de migrantes a morrer afogados não é uma emergência do Mediterrâneo, mas um fenómeno global. O representante lembrou o caso de 60 pessoas que saíram da Somália e da Eritreia e que morreram a tentar cruzar o Mar Vermelho para entrar no Iémen.

O chefe da OIM concluiu a declarar que os migrantes arriscam as vidas devido ao desespero e acabam vítimas de criminosos que se aproveitam deles. Ele disse que chegou a hora de uma cooperação internacional urgente para combater os traficantes de seres humanos.

Para ele, a morte dos migrantes é desnecessária e uma afronta a todos os países civilizados.

*Apresentação: Eleutério Guevane.