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Presidente sul-sudanês disse estar pronto para encontro com líder rebelde

Ban Ki-moon e Salva Kiir nesta terça-feira em Juba, no Sudão do Sul. Foto: Eskinder Debebe

Presidente sul-sudanês disse estar pronto para encontro com líder rebelde

Salva Kiir fez as declarações nesta terça-feira após um encontro com o secretário-geral das Nações Unidas em Juba; reunião deve ocorrer na capital da Etiópia, Adis Abeba.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O presidente do Sudão do Sul disse ter assegurado ao secretário-geral das Nações Unidas que “está pronto para viajar para um encontro” com o líder rebelde Riek Machar, se este aceitar a reunião.

As declarações de Salva Kiir foram feitas esta terça-feira perante Ban Ki-moon, que visitou a capital sul-sudanesa, Juba.

Combates

Salva Kiir disse que, em Adis Abeba, devem ser abordadas as formas de fazer cessar os combates com vista ao regresso das populações às suas casas. Conforme realçou, com a chegada das chuvas, em maio, as pessoas tendem a ir semear nos campos agrícolas.

Na capital do mais novo país do mundo, o secretário-geral destacou a necessidade de paz e segurança no Sudão do Sul.

Compromisso

O chefe da ONU disse ainda que está encorajado com o compromisso e a vontade do presidente Salva Kiir em abordar a questão o mais breve possível.

Ban também visitou deslocados acomodados em instalações da Unmiss e manteve encontros com altos funcionários do governo, líderes comunitários e da sociedade civil sul-sudanesa.

Disputa

Estima-se que milhares de pessoas tenham morrido na disputa entre forças do governo e rebeldes dirigidos pelo antigo vice-presidente Riek Machar, que teve início em meados de dezembro passado.

A violência levou a mais de 80 mil pessoas a pedir refúgio nas instalações das Nações Unidas.

A organização realça “inúmeras violações de direitos humanos no conflito”, que em meados de abril teve um aumento da violência sectária com o registo de assassinatos em massa nas áreas de Bentiu e Bor.

Agravamento

A visita de Ban ocorre uma semana após a deslocação ao país do seu conselheiro para a Prevenção do Genocídio, Adama Dieng, a acompanhar a alta comissária para os Direitos Humanos, Navi Pillay.

No seu regresso, ambos denunciaram o que chamaram de “drástico agravamento da situação dos direitos humanos, com um escalar da violência étnica, da retaliação e de assassinatos”.