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Missão no Sudão do Sul diz não ter responsabilidade em ataque BR

Missão no Sudão do Sul diz não ter responsabilidade em ataque

Acusação foi feita pelo ministro da Informação sul-sudanês durante entrevista; porta-voz da Unmis afirmou que todos os civis que entraram na base da ONU e que estavam desarmados foram acolhidos.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

O Governo do Sudão do Sul acusou a Missão das Nações Unidas no país de “responsabilidade” num ataque na cidade de Bentiu, realizado na semana passada.

Em entrevista, o ministro da Informação sul-sudanês, Michael Makuei, disse que a Unmis é “parcialmente responsável” pela tragédia.

Portões

O ministro disse que todos os civis que tentaram entrar na base da ONU teriam sido impedidos porque os portões foram fechados. Os civis que fugiam dos ataques, segundo o ministro, foram direcionados a igrejas, à mesquita e ao hospital da cidade.

O porta-voz da Missão da ONU no Sudão do Sul, Joe Contreras, rejeitou as acusações.

Segundo o porta-voz, a Unmis não tem nenhuma responsabilidade nas violações de direitos humanos que ocorreram em Bentiu. Ele disse que qualquer civil desarmado que tentou entrar na base da ONU à procura de proteção foi acolhido. Contreras contou ainda que os soldados da força de paz da organização saíram às ruas, em meio ao perigo, para tentar resgatar os civis para levá-los ao abrigo.

Segurança

Contreras disse que alguns sul-sudaneses foram impedidos de entrar na base da ONU para obter socorro não pelos boinas-azuis da organização, mas sim por forças do governo que faziam a segurança da área.

O conflito no Sudão do Sul agravou-se nos últimos meses. Durante o fim de semana, o coordenador de ajuda humanitária no país, Toby Lanza, visitou Bentiu e disse que há sinais de execução e de que atrocidades foram cometidas em larga escala.

Pelo menos 200 pessoas foram mortas e 400 ficaram feridas nos ataques da semana passada em Bentiu.