Unesco realiza teste de sistema de alerta de tsunami no Caribe
Exercício organizado pela Comissão Oceanográfica Intergovernamental contou com participação de 31 países; autoridades simularam o terremoto e o tsunami ocorridos em novembro de 1755 perto de Gibraltar; evento atingiu Portugal, Espanha, norte da África e a região caribenha.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
A Comissão Oceanográfica Intergovernamental realizou esta quarta-feira um teste do sistema de alerta de tsunamis no Caribe.
Participaram do exercício 31 países-membros da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, da qual a comissão faz parte.
Objetivo
O objetivo da operação foi avaliar a capacidade de resposta das nações caribenhas e das regiões ao redor.
Na simulação, as autoridades usaram como base o terremoto e o tsunami que ocorreram em novembro de 1755, a 430 quilômetros a oeste de Gibraltar. O histórico evento atingiu Portugal, Espanha, norte da África e o Caribe.
As primeiras ondas atingiram Lisboa em aproximadamente 20 minutos e Antígua, no mar caribenho, nove horas depois.
Teste
No teste, o aviso foi enviado aos países que fazem parte do Centro de Alerta de Tsunami do Pacífico e do Centro de Alerta dos Estados Unidos.
As autoridades querem saber se os países responsáveis pela propagação do alerta receberam e repassaram o aviso. Segundo a Unesco, experiências anteriores mostraram a importância de uma rápida transmissão do alerta para minimizar os danos causados pelo avanço das águas do mar.
A Comissão Oceanográfica informou que nos últimos 500 anos, ocorreram 75 tsunamis no Caribe. Isso representa 10% do total de eventos dessa natureza ocorridos no mundo durante o mesmo período.
A agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos, Noaa, informou que os tsunamis mataram mais de 3,5 mil pessoas na região, desde meados do século 19.
O sistema de alarme para o Caribe e regiões adjacentes foi criado em 2005 seguindo o modelo já em uso pelos sistemas de alerta para os oceanos Pacífico, Índico e Atlântico.