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Portugal quer fazer do combate à violência feminina objetivo universal BR

Portugal quer fazer do combate à violência feminina objetivo universal

Secretária de Estado do país, Teresa Morais, discutiu tema com representantes da União Europeia e da Cplp durante visita oficial à ONU; para Teresa Morais, momento é de angariar apoio para levar o combate à violência a mulheres para o centro da agenda de desenvolvimento pós-2015.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

Portugal está defendendo transformar o combate à violência feminina num dos objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas.

As novas metas irão substituir os oito Objetivos do Milênio, que devem expirar no próximo ano.

Meio Termo

Segundo o Governo português, a questão da violência à mulher é por demais importante para “ser parte apenas de um objetivo mais geral sobre a violência de gênero.”

A declaração foi feita à Rádio ONU, numa entrevista em Nova York, pela secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e Igualdade de Portugal, Teresa Morais.

“Aquilo que eu pessoalmente defendo é que deveria existir um objetivo autônomo, específico sobre a violência de gênero. Admito que esta posição seja demasiada ambiciosa para aquilo que se venha a produzir em termos de resultado. Porventura, teremos que nos contentar com um meio termo. Mas eu acho que nesta fase, em que estamos ainda numa fase negocial, não é o tempo, do meu ponto de vista, para deixarmos já de lado este objetivo. É ainda o momento de lutar por ele.”

União Europeia e Cplp

Teresa Morais contou à Rádio ONU que se reuniu com outros ministros à margem da 58ª. sessão da Comissão sobre o Estatuto das Mulheres, que ocorre esta semana na sede das Nações Unidas.

A secretária de Estado portuguesa falou ainda sobre a conversa que teve com a colega da Espanha, Ana Mato, e também com a representante da Itália, que deve assumir a presidência rotativa da União Europeia no segundo semestre deste ano.

“A ministra Ana Mato concordou em absoluto disse que a Espanha sustentaria esta posição por considerar que este é um problema central na agenda da igualdade (nos próximos anos). Abordei o mesmo tema com a nova ministra para a área dos assuntos das mulheres de Itália, que me disse que Itália estava, de facto, consonante com esta preocupação. E na medida em que tem a presidência da União Europeia (a partir do segundo semestre), tem naturalmente aqui uma palavra fundamental para manter esta questão na agenda. E tem uma condição privilegiada para exercer a pressão necessária.”

Teresa Morais afirmou ainda que também está fazendo a proposta de criação de um tema específico contra a violência a mulheres aos integrantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp.