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FAO: conflito e migração pioram segurança alimentar no Oriente Próximo BR

FAO: conflito e migração pioram segurança alimentar no Oriente Próximo

Diretor-geral da agência da ONU disse que problemas afetam a área como um todo e repercutem em outras partes do mundo; José Graziano da Silva fez a declaração na abertura da Conferência sobre a região, em Roma.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, afirmou que os conflitos e a migração estão piorando a situação da segurança alimentar no Oriente Próximo.

A declaração foi feita pelo diretor-geral da agência da ONU, José Graziano da Silva, esta quinta-feira, na abertura da Conferência sobre a região que está sendo realizada em Roma, Itália.

Comida Importada

Graziano da Silva falou ainda que outros fatores também ajudam a piorar a situação, como problemas estruturais na produção de alimentos suficientes para atender às necessidades da população e a dependência de comida importada.

Para o chefe da FAO, essas questões não são limitadas por fronteiras, elas atingem todos os países da área e têm repercussões em várias outras regiões.

Graziano da Silva afirmou que “a agência sabe da conexão intrínseca entre paz e segurança alimentar e também entre fome e conflito”. O diretor-geral disse que “todos já viram como a disputa por alimentos e recursos, como terra e água, acabou gerando confrontos”.

Ele deixou claro que a “paz é fundamental para a segurança alimentar e a segurança alimentar é fundamental para a manutenção da paz”.

Objetivos do Milênio 

Graziano da Silva disse que ainda é possível alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, ODMs, em escala global e também para o norte da África e o Oriente Próximo.

Ele citou que Argélia, Djibuti, Jordânia e Kuwait estão entre os países que já atingiram a primeira meta que é a redução pela metade da proporção de pessoas que passam fome comparado com dados de 1990.

O chefe da FAO falou ainda que a agência mobilizou US$ 100 milhões, mais de R$ 240 milhões, durante o período 2012-2013 para apoiar operações em países atingidos por conflitos e emergências.

Ele afirmou que o dinheiro continua sendo um dos maiores entraves para a ampliação dos trabalhos de ajuda da organização.