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Privação de comida na Síria está sendo usada como tática de guerra BR

Privação de comida na Síria está sendo usada como tática de guerra

Afirmação parte de um grupo de relatores da ONU especializados em direitos humanos; brasileira Raquel Rolnik e portuguesa Catarina de Albuquerque assinam alerta sobre sofrimento dos civis.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York. 

Um grupo de relatores da ONU está pedindo aos lados em conflito na Síria que “parem de usar o sofrimento dos civis como tática de guerra”.

Segundo os especialistas em direitos humanos, a população está sendo privada de necessidades básicas, como acesso à comida, água, moradia e serviços de saúde.

Uma das especialistas que assina o comunicado é a portuguesa Catarina de Albuquerque, relatora das Nações Unidas para o direito à água e ao saneamento. De Lisboa, ela explicou à Rádio ONU os principais pontos do alerta.

“Na guerra não vale tudo. Temos recebido informação de que a fome ou a falta de alimentos, a privação ou a negação de ajuda humanitária, a privação de água, de acesso a hospitais, a destruição de casas, está a ser utilizada como meio de guerra. E estes meios de guerra são proibidos pelo direito internacional humanitário. E esta forma sistemática pode fazer com que constituam crimes contra a humanidade, além de serem claras as violações a todos esses direitos humanos.”

Segundo os relatores, vários casos mostram que o governo e forças da oposição estão impedindo a entrega de ajuda à população, incluindo doentes, idosos e crianças.

A situação é mais crítica para as famílias sitiadas nas áreas rurais de Alepo e de Damasco, na cidade velha de Homs e no campo de refugiados de Yarmouk.

Entre os especialistas que assinam o comunicado está a brasileira Raquel Rolnik, relatora da ONU para o direito à moradia adequada e Olivier De Schutter, relator para o direito à alimentação.

As Nações Unidas calculam que 9,3 milhões de sírios precisam urgente de assistência humanitária. Deste total, 6,5 milhões tiveram que sair de suas casas e estão desalojados dentro da Síria. O restante seguiu para países vizinhos e agora são refugiados.