Perspectiva Global Reportagens Humanas

Responsáveis da ONU querem investigação de mortes no Mianmar

Responsáveis da ONU querem investigação de mortes no Mianmar

Organização fala de pelo menos dois incidentes com mais de 40 casos fatais em Rakhine; num ano e meio, mais de 110 mil pessoas foram desalojadas pela violência entre budistas e muçulmanos.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos pediu nesta quinta-feira ao Governo de Mianmar que investigue “relatos credíveis” de dois incidentes graves que teriam feito mais de 40 mortos no Mianmar.

Navi Pillay destaca que os episódios ocorreram na aldeia de Du Tan Chee Yar, no estado nortenho de Rakhine, entre 9 e 13 de Janeiro. As vítimas foram muçulmanos da etnia Rohingya.

Justiça

Pillay lamentou a perda de vidas e pediu às autoridades que apurem os atos de forma completa, imediata e imparcial. A responsável quer que seja garantida “justiça às vítimas e às suas famílias.”

Estima-se que nos últimos 18 meses, mais de 110 mil pessoas foram desalojadas devido à violência entre budistas e muçulmanos em Rakhine.

Morte de Civis

Uma nota de profunda preocupação foi emitida pela subsecretária-geral para Assistência Humanitária. Valerie Amos destacou relatos de níveis alarmantes de violência apontando para a morte de civis e de um elemento da polícia.

Às autoridades, além de ter pedido a investigação imediata,  solicitou medidas para assegurar a plena proteção de todos os civis e permitir o acesso seguro e contínuo de equipas humanitárias.

Emergência

A ONU diz que as áreas ocupadas pelos afetados precisam de uma avaliação das necessidades das vítimas e de assistência de emergência para os que sofreram com a recente onda de violência.

De acordo com agências noticiosas, funcionários governamentais negam os relatos de casos fatais, que incluem alegados ataques contra a polícia.

Na semana passada, o relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos em Mianmar, Tomás Ojea Quintana, apelou ao Governo que investigue alegações dos confrontos entre forças de segurança e muçulmanos em Rakhine.