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ONU anuncia que Genebra 2 será realizada sem a presença do Irã

País havia sido convidado no domingo, mas declarações de autoridades iranianas decepcionaram as Nações Unidas; porta-voz do Secretário-Geral afirmou que todos têm a oportunidade e a responsabilidade de acabar com a violência e dar início à transição para uma nova Síria.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que a Conferência de Paz sobre a Síria - Genebra 2 vai ser realizada sem a presença do Irã. O país tinha sido convidado no domingo para participar da reunião em Montreux, que começa nesta quarta-feira.

A retirada do convite ao Irã foi anunciada numa declaração do porta-voz de Ban, Martin Nesirky, nesta segunda-feira, em Nova York.

Decepção

Nesirky disse que Ban ficou profundamente decepcionado com declarações públicas feitas pelo governo iraniano não condizentes com o compromisso da Conferência que é o da implementação do Comunicado de Genebra, de junho de 2012, incluindo o plano de ação.

O objetivo é a criação de um governo de transição com plenos poderes executivos. O porta-voz afirmou que essas declarações foram feitas mesmo depois de Ban Ki-moon ter recebido garantias de autoridades iranianas de que o país “compreendia e apoiava as bases e objetivos da Conferência.”

Consenso Global

O Secretário-Geral apelou ao Irã que se junte ao consenso global em apoio ao Comunicado de Genebra.

Ban espera agora se encontrar com os Estados Unidos e a Rússia e outros países e organizações que vão participar do esforço pela paz.

Para o chefe da ONU, o governo e a oposição sírios, os países da região e o restante da comunidade internacional têm a responsabilidade e a oportunidade de acabar com a violência e dar início à transição de uma nova Síria.

Brasil

No Conselho de Segurança, mais cedo, durante um debate sobre o Oriente Médio, o vice-embaixador do Brasil na ONU afirmou que o país “está pronto para contribuir com um resultado positivo” da Conferência Genebra 2.

Guilherme Patriota espera que o encontro marque “a abertura do diálogo entre o governo sírio e grupos da oposição” para o fim da violência e o reestabelecimento da paz.

Patriota lembrou que o país vem defendendo uma solução pacífica para o conflito sírio e a “presença vibrante de uma comunidade síria no Brasil apenas aumenta o interesse em contribuir para a paz na nação irmã.”

O embaixador brasileiro destacou que após três anos, os confrontos na Síria “criaram uma combinação perversa de mortes, sofrimento e destruição.”