ONU diz que governo na Síria pode ser responsável por crimes de guerra

Declaração foi feita pela alta comissária de direitos humanos, Navi Pillay, após receber relatório sobre o tema; segundo ela, as atrocidades incluem crimes contra a humanidade.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, alertou que os líderes políticos da Síria podem ser responsabilizados pelas violações dos direitos humanos no país.

Falando esta segunda-feira em Genebra, Pillay afirmou que os relatórios preparados pela Comissão de Investigação sobre os abusos cometidos na Síria indicam que integrantes do mais alto nível do governo, incluindo o chefe de Estado, podem ser julgados por crimes de guerra ou contra a humanidade.

Lista

A declaração baseou-se em documentos entregues a Navi Pillay e que contêm uma lista com os nomes de possíveis suspeitos de crimes de guerra.

Pillay afirmou que os relatórios ficarão lacrados até que seja requisitado por um processo de justiça nacional ou internacional.

A alta comissária pediu às partes envolvidas no conflito na Síria que ponham um fim à violência e que deem uma chance ao processo de paz. A conferência internacional com ambas as partes do conflito está marcada para 22 de janeiro.

Segundo a ONU, a guerra na Síria já matou mais de 100 mil pessoas desde 2011. A violência deixou 4,2 mil deslocados internos, pessoas que tiveram de abandonar suas casas. Mais de 2 milhões de sírios fugiram para países vizinhos com medo dos confrontos armados.

Ao comentar um outro tema sobre a discriminação e a xenofobia na Europa, Navi Pillay disse ainda que estava “estarrecida” com a falta de liderança no continente para combater o problema contra migrantes e outros grupos minoritários.