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Nações Unidas preocupadas com execuções no Sudão do Sul

Nações Unidas preocupadas com execuções no Sudão do Sul

Representantes dos réus têm acesso limitado às sessões de julgamento, de acordo com escritório dos Direitos Humanos; a mais nova nação do mundo não publica detalhes sobre sentenças de morte.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas diz que quatro execuções foram realizadas neste mês no Sudão do Sul, e outras 200 pessoas aguardam no corredor da morte.

A preocupação da entidade é com o acesso limitado de advogados aos julgamentos, incluindo dos sentenciadas à pena capital. Não há clareza sobre se os executados em novembro teriam sido representados pela defesa.

Assuntos

A situação é vivida pela “esmagadora maioria dos indivíduos em prisão” que também carece de “direito à assistência jurídica gratuita em matéria penal, civil, da terra, da família e outros assuntos sérios.”

Estes são frequentemente incapazes de fazer uma defesa adequada ou de contestar o uso de confissões forçadas em tribunal. Os requisitos dos processos são também considerados “burocráticos e pouco claros”, no que também impede o direito ao recurso.

A porta-voz do escritório, Cécile Pouilly disse a jornalistas, em Genebra, que em tais circunstâncias o limite estabelecido pelo direito internacional para o uso da pena de morte não é cumprido.

Julgamento Justo

Conforme explicou, a norma exige que a pena de morte só seja aplicada de acordo com um juízo definitivo de um tribunal competente, após um processo legal com todas as garantias possíveis de julgamento justo, incluindo a representação legal e o direito de recurso em tribunal de jurisdição superior.

O escritório refere que 14 pessoas já foram executadas desde que o país declarou a sua independência do Sudão em 2011, embora a mais nova nação do mundo seja signatária da moratória da ONU sobre a pena de morte.

Acesso à Justiça

Um outro aspeto apontado pelo escritório, é o esforço do judiciário do Sudão do Sul para lidar com o grande  número de pessoas atualmente na prisão não ter acesso a serviços jurídicos.

O número de pessoas executadas é considerado potencialmente maior, pelo facto de o  país não publicar os detalhes sobre a sentença de morte.