Unaids: metas para controlar epidemia foram alcançadas antes do prazo
Programa da ONU anuncia que o mundo tem 15 milhões de pessoas recebendo medicamentos para o tratamento do HIV; desde o ano 2000, as novas infecções por HIV diminuíram em 35%, para 2 milhões por ano; as mortes relacionadas à Aids caíram 41%.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
Nesta terça-feira, o Programa Conjunto da ONU sobre HIV/Aids, Unaids, apresentou um relatório sobre progressos para controlar e reverter a epidemia.
As metas relacionadas à doença que fazem parte dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, ODMs, foram alcançadas antes do prazo – o cumprimento estava previsto para dezembro deste ano. O documento foi apresentado na capital da Etiópia, Adis-Abeba, às margens da 3ª Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento.
Casos
Desde o ano 2000, as novas infecções por HIV diminuíram em 35%, para 2 milhões por ano. Já as mortes relacionadas à Aids caíram 41%.
A resposta global à epidemia ajudou a evitar 30 milhões de novos casos e quase 8 milhões de mortes.
Na semana passada, a Rádio ONU conversou com o médico do departamento de HIV/Aids da Organização Mundial da Saúde, Marco Vitória.
África
De Genebra, ele afirmou que atualmente há “cerca de 35 milhões de pessoas vivendo com HIV, sendo que cerca de 70% dessas pessoas moram em países na África Subsaariana.
Segundo o relatório da Unaids, mais de 80 países, que juntos têm 83% das pessoas que vivem com HIV, conseguiram controlar ou reverter a epidemia. Entre eles estão África do Sul, Moçambique, Quênia e Zimbábue.
Em Adis-Abeba, o secretário-geral da ONU lembrou que há 15 anos, poucas pessoas na África recebiam tratamento para a Aids e, atualmente, 15 milhões de pessoas no mundo têm acesso aos medicamentos. Deste total, mais de 10 milhões estão na África Subsaariana.
Desenvolvimento Sustentável
Ban Ki-moon reforçou que agora, os países precisam se comprometer a acabar com a epidemia de Aids, o que será um dos novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
O diretor da agência, Michel Sidibé, declarou que há 15 anos, “havia uma conspiração de silêncio, quando a Aids era uma doença dos ‘outros’ e o tratamento estava disponível apenas aos mais ricos”.
O relatório mostra que a reposta ao HIV tem sido um dos investimentos mais inteligentes na saúde global, gerando benefícios para pessoas e economias. Desde o ano 2000, foram investidos US$ 187 bilhões, o equivalente a cerca de R$ 590 bilhões. Mais da metade do valor teve como origem fontes domésticas.
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