Relatora da ONU debate situação do direito à água na Palestina
Catarina de Albuquerque fala sobre problema de fornecimento de água potável e serviços de saneamento básico na Cisjordânia e na Faixa de Gaza; 90% da água do aqueduto costeiro de Gaza não é própria para consumo.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
A relatora independente especial da ONU para o direito à água e ao saneamento, Catarina de Albuquerque está participando, esta segunda-feira, de uma reunião sobre direitos humanos na Terceira Comissão das Nações Unidas.
A relatora debate a situação do direito à água e ao saneamento básico nos territórios palestinos da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.
Liberdades
A 3ª Comissão da ONU debate questões relacionadas à promoção dos Direitos Humanos e das formas alternativas para melhorar a implementação dessas normas e das liberdades fundamentais do povo.
Catarina de Albuquerque, que visitou a região em dezembro passado, ouviu reclamações sobre a falta de água potável e também de instalações sanitárias na Faixa de Gaza.
Segundo a ONU, 90% da água do aqueduto costeiro de Gaza, que abastece toda a região, é imprópria para consumo por causa da poluição gerada pelo esgoto e pela infiltração da água do mar.
Irreversível
De acordo com o relatório das Nações Unidas de 2012, se nada for feito, o aqueduto poderá se tornar inutilizável a partir de 2016. A situação será irreversível em 2020.
A situação forçou a população a comprar água, a um custo muito alto, ou a depender da água do mar dessalinizada, fornecida pela companhia municipal local.
A Organização Mundial da Saúde diz que o consumo de água diário de uma pessoa, em média, é de 160 litros, no caso da Cisjordânia e de Gaza, o consumo é bem menor, fica entre 70 e 90 litros.
Bloqueio
O bloqueio israelense piorou ainda mais a disponibilidade de água e a falta de instalações sanitárias. Segundo o relatório, a escassez de água em Gaza piorou com a destruição das infraestruturas de água e saneamento, causada pelas operações militares de Israel.
Desde 2005, Israel destruiu, pelo menos 306 poços artesianos em Gaza.
No caso da Cisjordânia, a ONU diz que está sendo negado ao palestinos o direito à água do aqueduto localizado nas montanhas da região. Faltaria acesso também à água do rio Jordão.