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Especialistas da ONU querem resposta global contra o tráfico de pessoas BR

Especialistas da ONU querem resposta global contra o tráfico de pessoas

Dia Europeu Anti-Tráfico é marcado nesta sexta-feira e relatores lembram que ato é grave violação dos direitos humanos; Portugal recebe menos brasileiras vítimas de exploração sexual, afirma especialista.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York. 

Especialistas das Nações Unidas e do Conselho da Europa estão pedindo uma resposta global conjunta para a luta contra o tráfico internacional de pessoas.

O apelo marca o Dia Europeu Anti-Tráfico, neste 18 de outubro. A relatora da ONU sobre tráfico humano, especialmente de mulheres e crianças, destaca que o ato “por si só já é uma grave violação dos direitos humanos.”

Joy Ezeilo lembra que as vítimas têm seus direitos “roubados e precisam ser protegidas, assistidas e reintegradas à sociedade”.

Promessas

Em Portugal, muitos cidadãos acreditam em falsas promessas de trabalho decente. Segundo a chefe do Observatório do Tráfico de Seres Humanos, há portugueses que são traficados para o trabalho agrícola, principalmente na Alemanha e Espanha.

De Lisboa, Rita Penedo explicou à Rádio ONU que Portugal também continua sendo destino para o tráfico sexual, mas a nacionalidade das vítimas está mudando.

Brasileiras 

“Qualquer tipo de tráfico, até na questão da exploração sexual, a promessa de trabalho é sempre invocada. O que se vê é que, se em 2008 e 2009 haviam vítimas de tráfico em Portugal com claro predomínio de cidadãos estrangeiros, de brasileiras para a exploração sexual, o que se tem observado nos últimos anos é que a nacionalidade das vítimas tem mudado. Têm aparecido vítimas europeias, especialmente da Romênia e da Bulgária.”

Rita Penedo ressalta ainda que a denúncia é fundamental e é preciso sensibilizar a sociedade civil sobre a causa. 

Segundo o presidente do grupo de ação contra o tráfico humano do Conselho da Europa, os países têm a responsabilidade de fornecer proteção às vítimas, de acordo com a lei europeia e a lei internacional.

Nicolas Le Coz ressalta a importância de garantir a integridade moral e física das pessoas traficadas e de julgar e punir os responsáveis por esses crimes.