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São Tomé e Príncipe quer mundo atento à pirataria no Golfo da Guiné

São Tomé e Príncipe quer mundo atento à pirataria no Golfo da Guiné

País receia efeito de branqueamento de capitais e financiamento de atos ilícitos e criminosos; na Assembleia Geral, são-tomenses encorajam esforços para estabilizar a Guiné-Bissau.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

Na sua intervenção na Assembleia Geral das Nações Unidas, São Tomé e Príncipe pediu esforços da comunidade internacional contra atos de pirataria no Golfo da Guiné.

O pronunciamento foi feito pelo embaixador são-tomense junto das Nações Unidas, Carlos Agostinho das Neves, que destacou o facto de as suas águas territoriais serem mais do que 150 vezes o tamanho do país.

Branqueamento de Capitais

“O combate à pirataria articula-se com a necessidade da criação de um clima que propicia a segurança global. Estando normalmente associado aos crimes transnacionais como o comércio de armas, o tráfico de drogas e de seres humanos, que São Tomé e Príncipe vivamente condena, o meu país tem vindo a articular-se com os outros Estados da região nesse combate e a adotar medidas internas que não facilitem a instalação ou a utilização do nosso território para o branqueamento de capitais ou financiamento de outros atos ilícitos e criminosos”, declarou.

A preocupação é que o risco de alastramento do fenómeno possa impedir às nações de tirar “pleno partido dos recursos naturais.” Conforme defendeu, a consequência seria “um grande dano às suas populações.”

Guiné-Bissau

O representante abordou também os esforços com vista à estabilização da Guiné-Bissau, sobre os quais fez alusão aos apoios de África e da comunidade internacional ao  processo.

“Em concertação com os demais países membros da Cplp, continuaremos a evidar todos os esforços contribuindo para que o devido processo seja exitoso e se possa devolver a paz e a felicidade ao povo desse país irmão”, sublinhou.

Síria

A nível global, os conflitos regionais e internacionais também foram apontados pelo país como motivos de apreensão. São Tomé e Príncipe disse condenar o uso de armas químicas na Síria, tendo pedido um compromisso da comunidade internacional para o fim das hostilidades.

O país diz que vê aumentar “novos, sangrentos e violentos conflitos que revelam antagonismos e profundas divergências tanto dentro de cada Estado como entre diversas nações”.

Confiança

A nível dos conflitos em África, os vizinhos da República Democrática do Congo, foram exortados pelas autoridades são-tomenses a procurar formas construtivas de cooperação e confiança nas suas relações.

O país reafirmou o desejo de que haja programas de ajudar a melhorar as condições de vida de todos na agenda de desenvolvimento pós-2015. 

Avanços

“Para os cidadãos de São Tomé e Príncipe, uma nova agenda para o desenvolvimento deverá oferecer um quadro para consolidação dos significativos avanços conseguidos com a implementação dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milénio. Nomeadamente, nos domínios da educação e a saúde, assim como uma oportunidade para realizar progressos em matéria de coerência e de convergência política internacional, visando o desenvolvimento num contexto político-económico em constante mutação e diários cada vez mais globais”, referiu.

São Tomé e Príncipe saudou e encorajou o diálogo entre as autoridades taiwanesas e chinesas como um sinal positivo para a região. O governante disse que apoia o reconhecimento de Taiwan pela comunidade internacional.

*Apresentação: Denise Costa.