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Conselho de Segurança condena uso de armas químicas na Síria BR

Conselho de Segurança condena uso de armas químicas na Síria

Resolução 2118 foi aprovada por unanimidade; medida foi tomada após ataque com gás sarin praticado em 21 de agosto perto de Damasco.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

O Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução condenando o uso de armas químicas na Síria.

A resolução 2118 foi adotada por unanimidade. Participaram da sessão, os secretários das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, William Hague, e dos Estados Unidos, John Kerry, além do chanceler da França, Laurent Fabius entre outros ministros dos 15 países-membros.

Inspetores

O Secretário-Geral Ban Ki-moon também estava no Conselho durante a votação.

A resolução foi patrocinada por Estados Unidos, França e Grã-Bretanha.

Os países-membros do Conselho exigem que a Síria abandone seu arsenal de armas químicas, e que os estoques sejam acessíveis a inspetores externos.

Além disso, os países-membros da ONU afirmaram que a “única solução para a crise atual da Síria é através de um processo político inclusivo baseado no Comunicado de Genebra de 30 de junho de 2012.”

Conferência Internacional

Após a votação, o Secretário-Geral da ONU disse que a conferência internacional Genebra 2 de paz para a Síria deve ser realizada em meados de novembro.

O chanceler da França, Laurent Fabius, falou a jornalistas que apesar da aprovação no Conselho, a resolução não coloca um fim ao conflito.

Fabius disse que a resolução embora positiva não resolve toda a questão. Ele contou que ainda nesta sexta-feira houve um outro massacre de civis na Síria.

 Gás Sarin

No último dia 21 de agosto, um ataque com armas químicas nos arredores de Damasco, capital do país, matou centenas de pessoas. Há relatos de que o número de mortos envenenados com o gás sarin possa ser de mais de mil.

Ao assumir o microfone, o embaixador sírio Bashar al-Jaafari criticou a postura de alguns países após a votação.

Bashar al-Jaafari disse que é lamentável que algumas delegações já tenham começado a interpretar a resolução 2118 de forma errada. Ele lembrou que pelo documento, Estados que apoiem atores não-estatais em desenvolver ou utilizar armas serão responsabilizados.  Ele também criticou a apresentação da França que considerou “surrealista.”

Situação Humanitária

Já o secretário das Relações Exteriores britânico, William Hague, chamou a atenção para a situação humanitária na Síria.

Hague lembrou que milhões de pessoas estão deslocadas e que o acesso a elas para ajuda humanitária é negado. Ele disse que o Conselho de Segurança tem que discutir este tema após a aprovação da resolução condenando o uso de armas químicas.

A resolução da ONU menciona o capítulo 7 da carta das Nações Unidas que se refere ao uso da força caso os termos do documento sejam descumpridos incluindo a transferência desautorizada de armas químicas ou qualquer uso deste tipo de armamento por qualquer um no país.

Apuração

Mais de 100 mil pessoas já morreram no conflito sírio que dura desde março de 2011 entre tropas do governo e opositores do presidente Bashar al-Assad.

Nesta quinta-feira, a ONU informou que os inspetores de armas da organização, liderados pelo professor Aka Sellstroem, haviam retornado à Síria para continuar seus trabalhos de apuração sobre um outro ataque com armas químicas praticado 19 de março em Khan al-Assal.

O grupo liderado por Sellstroem deve apresentar um relatório sobre a situação já em outubro.

2014

No último dia 14 a Síria aderiu à Convenção sobre Armas Químicas. A Organização para Proibição de Armas Químicas, (Opcw, na sigla em inglês) anunciou sua decisão de destruição dos estoques sírios.

Na quinta-feira, a organização com sede em Haia, na Holanda, informou que concorda com um programa acelerado para eliminar as armas sírias até 2014.