ONU revela que 23% dos homens na Ásia já cometeram estupro
Pesquisa feita por várias agências das Nações Unidas mostrou ainda que quase metade deles agrediu fisicamente a mulher ou parceira; foram entrevistados 10 mil homens de seis países da Ásia-Pacífico.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
Uma pesquisa feita pela ONU mostrou que, em média, 23% dos homens da região Ásia-Pacífico, admitiram ter estuprado uma mulher, pelo menos uma vez. O índice varia de 10% a 62% dependendo do país.
A sondagem revelou também que a violência física ou sexual contra a mulher ou parceira chegou a quase 50%, em média, mas esse índice atingiu 80% em alguns países pesquisados.
Violência
Segundo James Lang, coordenador do programa, o estudo reafirma que a violência contra mulheres pode ser evitada. Ele disse que a prevenção é crucial porque a maior parte dos fatores associados ao uso da violência pode ser mudado.
Os pesquisadores concluíram que a violência contra mulheres começa muito antes do que era imaginado. No total, 50% dos homens disseram que tinha 14 anos ou menos, quando cometeu o primeiro estupro.
Impunidade
O documento revelou também que a impunidade é grande na região. Entre 72 e 97% dos homens nunca foram julgados ou punidos pelos crimes.
Ao contrário do que muitos possam pensar, a principal motivação para o estupro não é a bebida alcoólica, mas sim o fato de o homem se achar no direito de fazer sexo independente do consentimento da mulher.
Outros motivos foram simples diversão ou porque os homens estavam entediados. Alguns cometeram o crime como forma de punição ou porque estavam com raiva.
Os estupros foram registrados com mais frequência em áreas rurais.
Recomendações
O estudo da ONU faz várias recomendações para evitar a violência.
Entre elas, os pesquisadores dizem que é importante demonstrar através de mobilização da comunidade que a violência contra mulheres é inaceitável. Deve ser feita também a promoção de comportamentos não agressivos para os meninos em escolas e programas educativos baseados no esporte.
O documento pede ainda o fim da impunidade para os homens que usem de violência, principalmente nos casos de estupro de maridos contra suas mulheres.
O estudo da ONU foi uma parceria entre o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, o Fundo de População, Unfpa, a ONU Mulheres e o programa de voluntários da organização.
Eles entrevistaram 10 mil homens de seis países, Bangladesh, Camboja, China, Indonésia, Sri Lanka e Papua Nova Guiné.