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Despejos forçados de palestinos na Cisjordânia preocupam Nações Unidas BR

Despejos forçados de palestinos na Cisjordânia preocupam Nações Unidas

Alto Comissariado de Direitos Humanos cita série de demolições realizadas por autoridades israelenses neste mês; em um dos casos, sete famílias ficaram desabrigadas.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York. 

O Alto Comissariado de Direitos Humanos das Nações Unidas está preocupado com casos de despejos forçados de palestinos na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental.

Segundo o escritório, autoridades israelenses têm realizado uma série de demolições em seis locais diferentes desde o dia 19 de agosto.

Beduínos

Em um dos incidentes, foram demolidas todas as construções de uma comunidade beduína em Tel al Adassa, em Jerusalém Oriental, deixando sete famílias desabrigadas, num total de 39 pessoas.

As autoridades israelenses teriam obrigado a comunidade a evacuar a área permanentemente, ou correriam o risco de serem multadas e terem seu gado confiscado.

Riscos

Segundo o Alto Comissariado, não foram oferecidas alternativas de moradia e sem escolha, as famílias tiveram de se mudar temporariamente para outras áreas.

Nesses locais, elas continuam correndo o risco de serem despejadas devido à falta de posse jurídica e impossibilidade de obter licenças de construção.

O Alto Comissariado de Direitos Humanos lembra que a remoção permanente das famílias pode ser considerada uma violação à proibição de transferências forçadas de indivíduos ou comunidades sob a Convenção de Genebra.

Uso da Força

O caso também levanta preocupações sobre a proibição de despejos forçados segundo a lei internacional dos direitos humanos e o direito à moradia adequada.

O escritório da ONU também está preocupado com relatos do uso excessivo da força por autoridades de Israel contra civis palestinos em campos de refugiados na Cisjordânia.

Desde o dia 18, pelo menos quatro palestinos foram assassinados durante operações de busca e apreensão e outros 19 foram feridos. O Alto Comissariado de Direitos Humanos lembra que o governo israelense tem a obrigação de investigar todos esses casos de maneira imparcial.