Novas regras do setor marítimo visam proteger 1,5 milhão de trabalhadores

A Convenção do Trabalho Marítimo entra em vigor neste 20 de agosto prometendo concorrência justa para armadores de navios e mais proteção para os trabalhadores do setor.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

Entrou em vigor neste 20 de agosto a Convenção do Trabalho Marítimo que deve mudar as regras do setor para cerca de 1,5 milhão de trabalhadores.

De acordo com especialistas da Organização Marítima Internacional, OMI, as novas regras devem promover uma nova era de trabalho decente e concorrência justa para o setor marítimo global.

Praça de Máquinas

A especialista da OMI, Sandra Allnutt, falou à Rádio ONU, de Londres, sobre como as mudanças vão afetar a vida dos trabalhadores marítimos.

“Se você, por exemplo, trabalhasse na praça de máquinas de um navio, você tinha um contrato de trabalho com tantas horas de trabalho e descanso, mas se você trabalhasse num hotel de navio de cruzeiro, não necessariamente teria essas mesmas horas de descando. E todo o pessoal considerado marítimo, marinheiro, tinham condições bem precárias. Isso (novas regras) vai ser bem interessante para quem tem um contrato de trabalho.”

Marco

O diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho, OIT, Guy Ryder, disse que a convenção é um marco na história do setor. Segundo ele, as regras devem melhorar as condições dos marítimos, como passam a ser chamados todos os trabalhadores da área incluindo os marinheiros.

A convenção também oferece condições justas para a competitividade de armadores de navios. O documento precisa ser ratificado por 30 países membros da OIT. De acordo com a agência das Nações Unidas, mais de 90% do comércio mundial são feitos pelo mar.