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FAO quer impulsionar mandioca para um alimento do século 21

FAO quer impulsionar mandioca para um alimento do século 21

Projeto da agência subiu colheitas em 250% na República Democrática do Congo; lançado guia orientado para ajudar pequenos produtores.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO,  defende que seja aumentada a produção da mandioca em até 400%.  Um apelo foi lançado aos legisladores para o potencial da planta considerada resistente e presente em mais de 100 países.

Além de rica em carboidratos, as folhas contêm 25% de proteína, cálcio, ferro, vitaminas A e C. Como fonte de amido, a mandioca vem a seguir ao milho.

Pequenos Agricultores

A intenção é transformar o produto num alimento do século 21,  através do projeto batizado de “Save and Grow” ou “Economize e Cresça”, numa tradução livre. A iniciativa é promovida pela FAO para ajudar pequenos produtores.

A receita aparece num guia sobre a mandioca, cuja produção aumentou até 60% desde o ano 2000.

Cultivo

No lançamento do guia, a FAO alertou ainda sobre os perigos do cultivo da mandioca, baseado em métodos do século passado e que causam o efeito de estufa, considerado o vilão das mudanças climáticas.

A agência aposta em campos mais altos com melhor tratamento do solo, em vez de uso pesado de químicos. Pelo novo método da FAO para o cultivo da mandioca, os danos causados ao solo pela lavoura tradicional com a aragem, por exemplo, também são minimizados.

Rotatividade

Em vez da monocultura, geralmente vista em sistemas mais intensivos, o novo método utiliza a noção de rotatividade da lavoura, além de plantações variadas.

Pela iniciativa da FAO, os agricultores também devem usar um sistema integrado para lidar com pragas na plantação que inclui materiais resistentes à doença e formas naturais de combate a insetos danosos em vez de produtos químicos.

Colheita

Desde que foi introduzida no Vietname, a iniciativa da FAO aumentou os níveis de produção da mandioca de 8,5 para 36 toneladas.

Na República Democrática do Congo, produtores que participaram de formações com  materiais naturais para plantações conseguiram subir a colheita em 250%.

A FAO regista, ainda, o aumento da demanda pela mandioca na produção de biocombustíveis no mundo.

*Apresentação: Eleutério Guevane.