Sem financiamento, insegurança alimentar piora no Sudão do Sul
FAO precisa de US$ 108 milhões para atender as necessidades da população, mas só recebeu US$ 42 milhões até o momento; 3,9 milhões devem enfrentar falta de comida até o fim de agosto.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, alertou esta quinta-feira para os riscos em fornecer assistência aos sul-sudaneses, devido à falta de financiamento.
Para o plano de ajuda 2014, a FAO havia pedido US$ 108 milhões, mas até o momento, recebeu apenas US$ 42 milhões dos doadores, como países e outras organizações.
Emergência
No Sudão do Sul, 95% da população depende da agricultura, do pasto e da pesca para atender suas necessidades alimentares. A FAO calcula que entre janeiro e fim de agosto, serão 3,9 milhões a enfrentar crise ou níveis emergenciais de insegurança alimentar, o que corresponde a 34% da população.
A contribuição recebida até agora foi utilizada para entregar kits de emergência a 205 mil famílias, ou 1,2 milhão de pessoas. A ajuda inclui sementes de vegetais, equipamentos de pesca e vacinas para apoio veterinário.
A FAO refere que a entrega está a ser feita numa velocidade 10 vezes superior a do ano passado, mas a agência precisa com urgência de US$ 66 milhões para ampliar o apoio no Sudão do Sul.
Violência
Com o financiamento adicional, será possível atender mais 2 milhões de pessoas. A FAO alerta para a “situação bastante crítica” e lembra não ser possível esperar até que seja declarada oficialmente a fome no país.
Mais de 1,5 milhão de pessoas deixaram suas casas desde que o conflito no país foi iniciado, a meados de dezembro. A insegurança alimentar piorou com as precipitações, em junho. Confrontos violentos continuam a ser reportados em diversas áreas, apesar de um acordo para o fim das hostilidades ter sido assinado em maio.
Esta semana, o diretor do Fundo da ONU para Infância, Unicef, afirmou que 230 mil crianças sul-sudanesas estão em risco de má nutrição severa.SegundoAnthonyLake, sem prevenção, 50 mil menores correm o risco de morrer este ano.