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Refugiados sírios atingem 1,5 milhão nos países vizinhos, diz Acnur

Refugiados sírios atingem 1,5 milhão nos países vizinhos, diz Acnur

Acnur prevê aumento de número de registos nos próximos meses; na Rússia, Secretário-Geral pede que seja mantido impulso para realização de uma conferência internacional sobre o país do Médio Oriente.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, anunciou, esta sexta-feira, que o número de refugiados sírios nos países vizinhos ultrapassou 1,5 milhão.

Em nota, publicada em Genebra, a agência refere que mensalmente regista cerca de 250 mil sírios desde janeiro, um número que tende a ser muito maior. Devido a razões de segurança, várias pessoas optam por não se registar, diz o Acnur.

Jordânia

Mais de 473 mil pessoas pediram refúgio na Jordânia, o maior anfitrião de refugiados sírios. O Líbano vem em segundo lugar com 470 mil, seguido da Turquia, do Iraque, e do norte de África.

O Acnur refere que o número crescente de refugiados da Síria coloca pressão sobre os recursos financeiros já limitados.

A agência diz que tem recebido relatos do aumento de confrontos e de mais civis que abandonam cidades e aldeias devido à mudança de controlo, particularmente das áreas de conflito.

Conferência Internacional

O Secretário-Geral da ONU apontou para a importância de não perder o impulso na união com vista à realização de uma conferência internacional sobre a Síria.

Ban Ki-moon disse que a data para o evento ainda está a ser discutida de forma ativa, durante uma entrevista coletiva realizada, nesta sexta-feira, em Sochi, na Rússia. O evento foi presenciado pelo ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov.

Violência

Ban manifestou preocupação com a violência na Síria e o seu impacto sobre milhões de civis. Segundo referiu, uma solução política é a única forma de acabar com a crise, para a qual pediu uma ação urgente. 

O evento deve reunir as partes envolvidas no conflito opondo forças governamentais e da oposição, que já fez mais de 80 mil mortos em dois anos.

*Apresentação: Denise Costa.