Em Londres, Ocha lança publicação sobre ajuda humanitária na era de redes
Moçambique destacado no documento pelas cheias do ano 2000; estudo também aborda a implementação da política de dados abertos no Brasil e as lições do terramoto no Haiti.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Um estudo apoiado pelas Nações Unidas refere que as tecnologias de informação estão a mudar a dinâmica da resposta aos desastres. A pesquisa “Humanitarianismo e a Era das Redes” é lançada, esta quarta-feira, em Londres.
De acordo com o estudo, as agências de auxílio adaptam-se de uma forma mais aberta e participativa à interação com as vítimas de crises. Uma das formas é o conhecimento coletivo e das redes de voluntários envolvendo a internet.
Moçambique
O documento sugere uma mudança significativa na capacidade de influenciar uma resposta a partir de locais distantes das capitais dos países e as sedes das agências com vista a apoiar às pessoas.
Um dos exemplos ilustrados é o da parceria entre os governos e comunidades em Moçambique, após as cheias do ano 2000 que resultaram na morte de mais de 700 pessoas.
Autoridades
O documento realça o investimento significativo para impulsionar a capacidade de resposta a crises no país, concentrado em aproximar as autoridades às comunidades locais.
Como resultado, o mandato do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades foi alargado para que a coordenação da redução do risco de desastres envolvesse centros de operações de emergência a nível nacional e de regiões.
Brasil
O Brasil também é citado no relatório devido à implementação da política de dados abertos ao lado do Peru, da China e da Índia.
O documento aponta o terramoto no Haiti como tendo gerado uma grande quantidade de informação, com o uso de tecnologias novas e mais antigas. A mobilização das comunidades após o sismo de 2010, foi possível graças a uma combinação considerada inovadora.
Fontes
O documento refere que a informação deve ser vista como uma necessidade básica na resposta humanitária e aborda a necessidade de se criar novas capacidades e modos de pensar com vista a entender e usar novas fontes de informação.
Por outro lado, considera que as novas tecnologias também trazem novos riscos e recomenda que sejam desenvolvidas diretrizes para garantir que a informação seja usada de uma forma ética e segura.