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ONU preocupada com suspensão de julgamento de ex-líder da Guatemala

Efraín Ríos Montt e o ex-chefe da inteligência estão sendo acusados de genocídio e crimes contra a humanidade; para Escritório de Direitos Humanos, medida é um golpe às inúmeras vítimas da guerra civil guatemalteca.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

As Nações Unidas manifestaram preocupação com a suspensão do julgamento do ex-presidente da Guatemala, Efraín Ríos Montt.

Em nota divulgada pelo Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU, o porta-voz Rupert Colville disse que a decisão foi tomada por um tribunal alheio ao caso.

Guerra Civil

Colville disse ainda que a suspensão representa um golpe às inúmeras vítimas das atrocidades cometidas durante a guerra civil da Guatemala.

Ríos Montt e o chefe de inteligência do governo dele na época, José Mauricio Rodríguez Sánchez são acusados de genocídio e crimes contra a humanidade.  Os dois negam as acusações.

O processo que culminou no julgamento dos dois foi levado a cabo por mais de 30 anos por advogados, procuradores e juízes que lutaram contra os crimes da ditadura guatemalteca.

Presidência

O porta-voz do Alto Comissariado da ONU lembrou ainda que, pela primeira vez, as vítimas tiveram a chance de ficar frente a frente com os oficiais acusados de queimar vilarejos inteiros, estuprar ou executar mais de 1770 indígenas Maya entre 1982 e 1983.

O ex-presidente da Guatemala, de 86 anos, estava sendo julgado desde o mês passado. Ele deixou a política em 2012 após servir ao Congresso por vários anos após ter saído da presidência.

De acordo com a ONU, o processo deve prosseguir e as garantias precisam ser dadas às testemunhas para que colaborem com o julgamento livre de intimidações e ameaças.