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Moçambique: relatora pede acesso dos pobres a ganhos dos recursos naturais

Moçambique: relatora pede acesso dos pobres a ganhos dos recursos naturais

Após visita ao país, relatora Magdalena Sepúlveda diz que vai apresentar relatório sobre desafios no combate à pobreza no país ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em junho de 2014.

Manuel Matola, da Rádio ONU em Maputo 

A relatora da ONU sobre Pobreza Extrema e Direitos Humanos, Magdalena Sepúlveda, apelou ao Governo de Moçambique que possa “empreender os esforços necessários” visando garantir que os ganhos dos recursos naturais beneficiem os pobres.

Magdalena Sepúlveda falava aos jornalistas no final da visita a Moçambique, onde avaliou os desafios no combate à pobreza e os principais obstáculos que impedem o acesso aos serviços públicos de Saúde, Educação e Justiça às pessoas desfavorecidas.

Benefícios

A especialista disse que “os recursos naturais deveriam ser considerados bens comuns que deveriam beneficiar toda a população. Portanto, o Estado deve empreender os esforços necessários para garantir que os benefícios económicos e sociais fluam para os setores mais pobres da sociedade, particularmente os que vivem em zonas rurais”.

Sepúlveda deu a conhecer, esta terça-feira, as suas observações e recomendações preliminares sobre a pobreza no país. A informação deve constar de um relatório a ser apresentado em junho de 2014 ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.

Estabilidade

Para a relatora, caso as disparidades evidentes e os elevados níveis de exclusão social não sejam resolvidos urgentemente, podem representar uma ameaça à estabilidade social em Moçambique.

Potencial

Sepúlveda exortou, por isso, às autoridades do país para garantir que todos os membros da sociedade, incluindo as pessoas que vivem em situação de pobreza extrema, usufruam de benefícios do enorme potencial de crescimento.

Segundo a especialista, “não há dúvida de que Moçambique tem feito progressos notáveis na luta contra a pobreza, mas que não se pode estar satisfeito com a situação existente.” Ela destacou que “grande parte da população continuar a viver na pobreza e a grande maioria delas em condições terríveis”.

A especialista apelou, por isso, “o Governo moçambicano a tornar-se mais responsável perante o povo de Moçambique”.