Países africanos falam em priorizar cancro nas políticas de saúde
Representantes de 15 nações do continente avaliaram o progresso do plano de controlo da doença lançado em 2011; OMS diz que mais de 12% dos habitantes do continente podem desenvolver cancro antes dos 75 anos.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
Autoridades de saúde de 15 países africanos consideraram necessário priorizar o cancro nas políticas do setor e continuar a desenvolver e implementar programas nacionais de controlo da doença.
Numa reunião realizada no Quénia, os representantes avaliaram os progressos alcançados desde o lançamento do projeto de apoio abrangente para o controlo nacional da doença, em 2011.
Risco
A OMS prevê que cerca de 12,4% dos 804 milhões de habitantes do continente venham a desenvolver cancro antes dos 75 anos. O risco aumenta com a idade e nove em cada dez casos da doença ocorrem após os 40 anos.
O chefe do Departamento de Controlo e Prevenção de Doenças do Ministério da Saúde queniano, o médico Willis Akhwale, agradeceu o apoio da Agência Internacional de Energia Atómica, Aiea, e da Organização Mundial da Saúde, OMS.
Recursos
Segundo Akhwale, ambas continuam a trabalhar juntas para criar uma capacidade de de controlo da doença em países de média e baixa rendas.
O médico afirmou que o fardo do cancro em África é sempre exacerbado. A doença não é diagnosticada em fase precoce devido à situação precária da região para detetar e tratar os pacientes.
Estratégia
A Aiea citou como exemplo o tratamento de radioterapia no Quénia. Ele só está disponível em Nairóbi, o que leva a um gasto adicional de US$ 6 milhões em viagens e tratamentos para os pacientes.
Para a OMS, os programas de controlo do cancro são mais eficazes quando integrados a uma estratégia abrangente para a prevenção de doenças crónicas.
Os representantes discutiram também a necessidade de gerar mais fundos e doações para os projetos devido aos orçamentos de saúde limitados de vários Estados.
*Apresentação: Eleutério Guevane.