Na FAO, presidente Dilma discute programas de combate à fome
Ela foi recebida em Roma pelo diretor-geral da agência, José Graziano da Silva; iniciativas brasileiras de tecnologia social podem servir de modelo para outros países.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
A presidente do Brasil e o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, discutiram estratégias de luta contra a fome e a pobreza, em especial as “tecnologias sociais”.
Dilma Rousseff foi recebida por José Graziano da Silva nessa segunda-feira, na sede da FAO, em Roma, na Itália. Dilma afirmou ser “essencial acabar com a fome” e destacou três aspectos do programa brasileiro.
Transferência Financeira
Segundo a presidente, fazer um mapeamento preciso da fome é fundamental para que os políticos saibam quem são “os pobres e famintos invisíveis”. Outro aspecto crucial, de acordo com Dilma, é que os programas de transferência de dinheiro, seja em cartão de crédito ou cupons, garantam que a quantia chegue diretamente a quem precisa.
Um terceiro requisito, defendido por Dilma Rousseff e Graziano da Silva, é que as mulheres sejam destinatárias dessas transferências.
A presidente citou ainda o Programa Compra de Alimentos, onde a compra de produção da agricultura familiar chega a setores vulneráveis, como crianças e jovens, por meio de programas de merenda escolar. Esse projeto é um dos pilares do Fome Zero.
Modelo
Junto com a FAO e o Programa Mundial de Alimentos, o Brasil fornece financiamento e apoio técnico a cinco países africanos para que a iniciativa seja replicada. O modelo já foi exportado a outros países da América Latina.
Graziano da Silva destacou que as iniciativas de tecnologia social do Brasil podem servir de modelo para outras nações na luta contra a fome. Segundo o diretor da FAO, a agência e o país poderiam trabalhar juntos para introduzir essas técnicas em outros locais.
Graziano da Silva afirmou que acabar com a fome e a pobreza é um passo essencial para o alcance das outras Metas de Desenvolvimento do Milênio, como a educação primária universal e a sustentabilidade ambiental.
Florestas
O chefe da FAO acrescentou ser importante a participação do setor privado e da sociedade civil. Ele também elogiou a decisão do governo brasileiro de eliminar vários impostos de alguns alimentos essenciais, porque acredita que a ideia irá “beneficiar famílias pobres”.
A presidente Dilma também discutiu com a FAO possíveis ações de cooperação para o combate ao desmatamento.
Sobre a importância de um mapeamento preciso contra a fome, o diretor da FAO destacou o projeto “Vozes da Fome”, que oferece uma forma mais rápida e precisa de medir a insegurança alimentar no mundo. A iniciativa foi lançada recentemente pela agência e será testadas em alguns países.