Fundo Global para Educação da Rapariga lançado em Moçambique
Iniciativa deve ajudar países subdesenvolvidos a cumprir a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Crianças; Reino Unido anunciou doação de mais de meio milhão de dólares para projeto global.
Manuel Matola, da Rádio ONU em Maputo
A capital moçambicana, Maputo, acolheu esta quinta-feira o lançamento mundial do Fundo para Educação da Rapariga. A iniciativa pretende ajudar um milhão de raparigas de países pobres a ingressar e manter-se em escolas com educação de qualidade.
O Fundo de US$ 550 milhões deve ajudar 22 países subdesenvolvidos no cumprimento da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Crianças, ratificada pelo governo moçambicano em 1994.
Ensino Primário
O anúncio foi feito na Escola Primária A Luta Continua de Maputo pelo vice primeiro-ministro do Reino Unido, Nick Clegg, no último dia da sua visita a Moçambique.
Nick Clegg disse que, “caso os países pobres pretendam que a rapariga seja uma trabalhadora efetiva no futuro, é necessário garantir a esta o acesso ao ensino primário, porque o bem social, económico e político das comunidades passam pelo bem-estar da rapariga”.
Abuso e Discriminação
Em Moçambique, o programa vai impulsionar a educação de 50 mil raparigas das províncias de Tete, Manica e Gaza.
Falando à Rádio ONU, de Maputo, o diretor geral da organização britânica Save The Children, John Grabowsky, disse como é que o projeto será desenvolvido nos próximos três anos.
“Ações concretas: primeiramente, vão efetivamente de uma forma colaborativa olhar às próprias políticas a serem revistas, repensadas. Por exemplo, estabelecer um quadro jurídico bastante claro contra o abuso e a discriminação à rapariga e às mulheres, no geral”, referiu.
Meta
O vice-ministro moçambicano da Educação, Arlindo Chilundo, descreveu à Rádio ONU o ponto de situação do país e apontou a meta governamental, até 2015.
“O que tem estado a acontecer é que a participação da rapariga vai diminuindo à medida que a idade vai crescer, a partir dos 12 anos diminui radicalmente. Nós queremos que a rapariga se retenha e os níveis de paridade entre raparigas e rapazes permaneça até o ensino superior”, sublinhou.
G-8
Dados do Ministério da Educação de Moçambique indicam que, em algumas escolas do país, a paridade entre raparigas-rapazes na sala de aula atinge 48 %.
O montante destinado ao projeto pelo Reino Unido enquadra-se na aposta da presidência britânica do grupo das oito maiores economias do planeta, G-8.