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Relatores da ONU querem que Irã liberte opositores antes de eleições BR

Relatores da ONU querem que Irã liberte opositores antes de eleições

Em comunicado, especialistas citaram ainda o caso de duas filhas do ex-candidato presidencial, Mir Hossein Mossavi, que teriam sido detidas, nesta segunda-feira, após reclamarem, publicamente, da prisão do pai e da mãe delas.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

Relatores de direitos humanos pediram ao Irã que liberte dois líderes da oposição do país antes das eleições presidenciais iranianas, marcadas para 14 de junho.

Hossein Mossavi e Mehdi Karoubi, ex-candidatos à presidência do Irã, estão sendo mantidos em prisão domiciliar há dois anos.

Reunião Pacífica

Mossavi e a esposa dele, Zahra Rahnavard, além do outro candidato presidencial, Mehdi Karoubi, estão incomunicáveis desde fevereiro de 2011. Eles foram presos após reagirem, de forma solidária, aos protestos contra o governo do Egito, durante a chamada Primavera Árabe.

De acordo com os relatores da ONU, os três obtiveram autorização do governo iraniano para realizar o ato de solidariedade.

No comunicado, os especialistas das Nações Unidas informaram que ninguém foi indiciado até o momento, o que para eles configura uma “violação das obrigaçõs internacionais do Irã e das leis do país”, que determinam que ninguém pode ser preso de forma arbitrária.

Familiares

Em comunicado conjunto, o relator especial sobre a situação dos direitos humanos no Irã, e o relator sobre os direitos à liberdade de reunião pacífica e associação condenaram a detenção dos dois membros da oposição e de familiares dos ativistas.

Ainda segundo a nota, Zahra Mossavi e Nargis Mossavi também teriam sido presas, nesta segunda-feira, após reclamarem, publicamente, sobre a detenção do pai e da mãe delas.

Atividades

O relator Ahmed Shaheed conclamou o governo iraniano a libertar, imediatamente, os dois líderes da oposição e os membros das famílias deles. Shaheed pediu ainda que o governo “suspenda todas as restrições sobre os movimentos e atividades” dos detidos.

Ainda no documento, os relatores da ONU pediram ao governo iraniano que liberte centenas de prisioneiros políticos que ainda estão detidos por exercerem seus direitos à liberdade de expressão e opinião no Irã.