Relator da ONU condena uso dos chamados “robôs assassinos”
Especialista em direitos humanos pediu moratória do desenvolvimento e mobilização das máquinas autônomas letais.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York.*
Um relator independente das Nações Unidas defendeu a suspensão da produção e mobilização de robôs autônomos letais, conhecidos como robôs assassinos.
O apelo de Christof Heyns, relator para execuçõe extrajudiciais, sumárias e arbitrárias disse que o uso dos robôs é inaceitável. Heyns discursou, nesta quinta-feira, no Conselho de Direitos Humanos.
Opositores
Segundo o relator, vários países teriam se comprometido a não usar mais os robôs, no futuro. Heyns disse que um outro risco para este tipo de máquina é a utilização por governos repressores contra opositores internos.
De acordo com agências de notícias, os defensores dos robôs dizem que eles podem salvar e reduzir o número de soldados mortos, por exemplo, em campos de batalha.
Guerra e Paz
O relator de direitos humanos disse que é preciso mais discussão, em nível internacional, antes que se chegue ao ponto, onde “máquinas tenham poder de matar seres humanos.” Segundo ele, o uso lança questões sobre a proteção à vida em épocas de guerra e paz.
Christof Heyns disse que o Conselho de Direitos Humanos deve fazer um apelo formal para que os países declarem a moratória à produção, montagem, transferência e utilização dos robôs.
Os robôs autonômos letais são operados por computadores, que decidem que alvos eles devem atacar.
O relator finalizou dizendo que as máquinas não podem decidir quem deve morrer ou viver.
*Apresentação: Mônica Villela Grayley.