Unesco faz apelo para proteção do patrimônio cultural no Mali
Diretora da agência da ONU envia carta às autoridades do país africano pedindo respeito à Convenção de Haia; conflitos chegaram a destruir mausoleus no ano passado.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
A diretora-geral da Unesco, agência da ONU que promove educação, ciência e cultura, lançou um apelo aos militares no Mali. Irina Bokova está pedindo às forças armadas que façam todo o esforço possível para proteger o patrimônio cultural do país africano.
Citando a Convenção de Haia de 1954 para a Proteção da Propriedade Cultural, Bokova enviou uma carta às autoridades do Mali e da França, apelando que respeitem o documento, em especial o artigo que proíbe “a exposição de propriedade cultural à destruição ou danos”.
“Joia”
A chefe da Unesco pede ainda que os militares se abstenham de qualquer ato ou hostilidade que sejam direcionados contra essas propriedades. Segundo Bokova, o patrimônio cultural do Mali é uma joia cuja proteção é importante para toda a humanidade e carrega a identidade e os valores de um povo.
Ela lembrou que no ano passado, a destruição de mausoleus em Tombouctou espalhou uma onde de indignação pelo mundo, criando conscientização da situação crítica enfrentada pelos malineses.
Conflitos
Bokova destacou que a intervenção militar atual precisa proteger os civis e os patrimônios culturais do país. A nação do noroeste africano enfrenta conflitos entre o governo e militantes islâmicos. Tropas da França chegaram recentemente ao Mali, que deverá receber nos próximos dias militares africanos, na tentativa de controlar a violência.
Em antecipação às operações militares, a Unesco providenciou a policiais e trabalhadores humanitários material sobre a localização dos patrimônios históricos do Mali. O país tem quatro locais inscritos na lista do Patrimônio Mundial da Unesco, que segundo a agência, são símbolo do diálogo intercultural, da tolerância e da prática pacífica da religião.
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